Estatísticas e Análises | 14 de janeiro de 2021

Anvisa informa que Butantan e Fiocruz ainda não enviaram todos os documentos sobre as vacinas contra a Covid-19

Apesar da expectativa de início da vacinação no Brasil no dia 20 de janeiro, imunizantes ainda não foram aprovados
Anvisa informa que Butantan e Fiocruz ainda não enviaram todos os documentos sobre as vacinas contra a Covid-19

Apesar da expectativa de que a vacinação contra a Covid-19 inicie no dia 20 de janeiro no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou, nesta quinta-feira (14), dois ofícios para o Instituto Butantan, que produz no Brasil a vacina CoronaVac, e Fiocruz, que produz o imunizante da AstraZeneca / Universidade de Oxford, apontando que faltam dados para o fechamento da análise dos pedidos de uso emergencial das vacinas dos laboratórios. Foi solicitado que os laboratórios respondam ainda hoje aos ofícios.

A Anvisa informa que envio as seguintes informações aos dois laboratórios:

Os dados complementares solicitados pela Anvisa e ainda não apresentados são essenciais e condicionantes à análise e à decisão técnica sobre as vacinas.

O prazo de 10 (dez) dias estabelecido para análise e decisão do pedido de autorização de uso emergencial da Anvisa está condicionado à entrega do relatório com os dados e as informações necessárias para análise, conforme já previsto no Guia 42/2020.

As documentações técnicas faltantes e incompletas comprometem a análise e o tempo de decisão da Agência. Conforme amplamente comunicado, o prazo de 10 (dez) dias não considera o tempo que o processo ficou em exigência, que é o tempo no qual a Anvisa aguarda informações necessárias que devem ser enviadas pelos laboratórios solicitantes.

Anvisa decide no domingo os pedidos de uso emergencial

A Anvisa decide no domingo (17), a partir das 10 horas, a autorização para uso emergencial da CoronaVac, produzida no Brasil em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovach Biotech, e da vacina da AstraZeneca/Oxford, produzida no Brasil em parceria com a Fiocruz. A votação acontece em reunião extraordinária e está prevista para durar cinco horas, com transmissão por canais digitais do órgão e pela estatal Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

A Diretoria Colegiada da Anvisa, composta por cinco pessoas, vai decidir se os imunizantes podem ser aplicados em caráter temporário. O órgão é presidido pelo médico e contra-almirante Antonio Barra Torres.

Mudança nos grupos prioritários

O Ministério da Saúde alterou o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 e retirou professores e agentes de segurança pública dos grupos prioritários para a vacinação.

O plano inicial do ministério previa quatro fases de vacinação. Com a mudança para três fases, os públicos prioritários serão divididos em:

1º Trabalhadores da saúde, idosos a partir dos 75 anos e pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas);

2º Pessoas de 60 a 74 anos;

3º Pessoas com as seguintes comorbidades: diabetes mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave.

Ministério da Saúde buscará 2 milhões de doses na Índia

O Ministério da Saúde informou que, na noite desta quinta-feira (14), o avião da empresa aérea Azul decolará do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), para buscar na Índia dois milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Oxford. O imunizante foi adquirido pela pasta junto ao laboratório indiano Serum Institute para garantir o início da vacinação dos brasileiros de forma simultânea e gratuita.

A rota de ida inclui uma parada em Recife (PE), onde o avião partirá para a cidade indiana de Mumbai, em uma viagem de 12 mil km e com cerca de 15 horas de duração, às 23h desta sexta-feira (15). De acordo com a pasta, ainda está sendo avaliada a data de retorno do avião, que chegará ao país com 15 toneladas de vacinas.

Ainda, o Ministério aponta que, após o aval da Anvisa, a logística de distribuição da vacina para todos os estados do país deverá levar cinco dias.

Além dos 2 milhões de doses da AstraZeneca, o Brasil conta ainda com mais 6 milhões de doses da vacina do Instituto Butantan – ambas serão distribuídas aos estados através do Programa Nacional de Imunizações (PNI) assim que houver o aval da Anvisa. No total, o Brasil já tem contratadas com laboratórios internacionais 354 milhões de doses da vacina contra a Covid-19.

Prefeito de Porto Alegre prevê vacinar 280 mil pessoas até abril

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, informou que planeja vacinar cerca de 280 mil pessoas integrantes do grupo de risco até abril. Melo detalhou as populações dos grupos prioritários na capital: 82 mil profissionais da saúde, 63 mil idosos acima de 75 anos, 600 índios e cerca de 10 mil moradores de asilos.

RS garante 10 milhões de seringas e prepara logística de vacinação

A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS) afirma que o RS está preparado para a vacinação. Na quarta-feira (13), a secretária da Saúde, Arita Bergmann, diretores e técnicos da Secretaria da Saúde (SES) se reuniram para acertar o detalhamento do plano estadual, em elaboração desde dezembro. “Assim que a vacina chegar ao Rio Grande do Sul, já temos estrutura e planejamento para iniciar a vacinação”, afirma Arita.

vacina rs

De acordo com a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Cynthia Molina-Bastos, o processo de vacinação contra a Covid-19 será o mesmo de outras campanhas de imunização, como a da influenza, realizada anualmente.


A estimativa da pasta gaúcha é que cerca de 1 milhão de pessoas façam parte dos grupos prioritários. A secretária explica como será o plano inicial de vacinação. “Como a quantidade a ser recebida inicialmente talvez não seja suficiente para aplicar as doses em toda essa população de uma vez, teremos de adotar critérios. De qualquer forma, se tivermos que fazer escolhas, os primeiros a receber serão profissionais que trabalham diretamente no atendimento a pacientes Covid. Teremos que nos adequar à quantidade disponível”, ressalta Arita.


A SES/RS informa que terminou 2020 com um estoque de 4,5 milhões de seringas, e foram adquiridas, por registro de preços, mais 10 milhões de seringas agulhadas. A entrega desses insumos aos municípios será escalonada e integrada com a distribuição da vacina. De acordo com a secretária, esses itens, além da possibilidade de recebimento de agulhas e seringas do Ministério da Saúde somados aos estoques dos municípios, serão suficientes para atender toda a demanda da vacinação contra a Covid e das outras campanhas que ocorrem em paralelo (como influenza, sarampo e todo o calendário básico de vacinação). Arita também garantiu que o estado tem estrutura para armazenamento das vacinas.

Doação aumenta em 15% a capacidade instalada para armazenamento da vacinas e outros insumos

Ainda no dia 14, a SES recebeu a doação de uma câmara frigorífica da empresa Frigelar, com intuito de reforçar a rede de frio do Governo do Estado. O equipamento de 90m³ foi instalado no Almoxarifado Central da SES e já está em funcionamento desde o início de janeiro. Fabricada em Cachoeirinha (RS), a câmara frigorífica fornece condições para a manutenção de vacinas e medicamentos, como antibióticos, insulina e os chamados kits intubação, utilizados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).


De acordo com o coordenador da Política de Assistência Farmacêutica, Roberto Schneiders, “essa doação aumentará em 15% a capacidade instalada do Estado para armazenamento dos medicamentos termolábeis, sobretudo aqueles mais utilizados no combate à Covid-19”. O presidente da empresa, Alexandre Fiss, disse que a empresa Frigelar “segue firme com a sua proposta de fornecer produtos essenciais que garantam a continuidade das atividades de nosso dia a dia, como alimentação, saúde e bem-estar. Somos muito gratos por termos a chance de contribuir mais uma vez para a nossa população.”

Ainda sobre armazenamento de vacinas, Arita destacou: “temos capacidade adequada tanto em Porto Alegre como nas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) para armazenar e conservar as vacinas da Covid”.


Vacinação no mundo: Israel alcança 22% de imunização

De acordo com o site Our World In Data, da Universidade de Oxford, foram realizadas 28,5 milhões de vacinações no mundo, até terça-feira (12). O país com o maior percentual da população vacinada é Israel, que já imunizou 22% da população (1,91 milhão de doses)Em relação ao número de doses aplicadas, as maiores vacinações ocorreram nos seguintes países:

China: 9 milhões

EUA: 8,99 milhões

Reino Unido: 2,84 milhões

Israel: 1,91 milhão

Emirados Árabes Unidos: 1,28 milhão

Com informações da Anvisa, Ministério da Saúde, Agência Brasília, Secretaria da Saúde do RS. Edição do Setor Saúde.



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