Mundo, Tecnologia e Inovação | 29 de junho de 2015

Adesivo com microagulhas pode mudar forma de controlar o diabetes

Testes com bons resultados indicam que material poderá substituir injeções
Adesivo com microagulhas pode mudar forma de controlar o diabetes

Um novo material, adesivo, que tem apresentado bons resultados em testes, poderá substituir a rotina dos pacientes com diabetes que precisam monitorar os níveis de açúcar no sangue e autoaplicar injeções de insulina. O estudo, coordenado pelas universidades da Carolina do Norte e Estadual da Carolina do Norte, apresentou resultados bem-sucedidos em camundongos e foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os cientistas desenvolveram um pequeno adesivo (do tamanho de uma moeda de R$ 0,10) capaz de detectar o aumento nos níveis de glicose e secretar automaticamente as doses necessárias de insulina na corrente sanguínea.

O adesivo é coberto por mais de cem microagulhas, que carregam unidades microscópicas de insulina, junto a enzimas sensíveis à glicose. Quando os níveis de açúcar aumentam, as enzimas são “alertadas” e liberam a insulina no organismo. O grande avanço é o fato de que o diabético não precisaria mais pensar na doença 24 horas por dia, ganhando em qualidade de vida. Com duração de nove horas, os adesivos precisam  ser trocados pelo menos duas vezes ao dia. Além disso, o sistema poderia ser personalizado conforme o peso do paciente e sua sensibilidade à insulina. A tecnologia usa enzimas sensíveis à glicose para liberar insulina numa quantidade determinada sendo realmente inovadora.

Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes, 387 milhões de pessoas têm diabetes no mundo (em torno de 12 milhões no Brasil), e estima-se que em 2035 sejam quase 600 milhões. Em geral, mudanças de hábitos e medicamentos orais podem controlar a doença nesses indivíduos com diabetes tipo 2. Já os diabéticos do tipo 1 (cerca de 10% do total), sofrem com a doença que torna o corpo incapaz de produzir insulina. É justamente esse grupo que seria mais beneficiado pela inovação, pois precisam usar com frequência agulhas e dispositivos para medir a glicose.

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