Gestão e Qualidade, Perfil | 31 de agosto de 2017

Adalberto Broecker, fundador da Oncologia Centenário, recebe o título de Cidadão Leopoldense

Condecoração é reconhecimento ao renomado médico oncologista gaúcho 
Adalberto Broecker, fundador da Oncologia Centenário, recebe o título de Cidadão Leopoldense

Cuidados com a saúde, empatia e a crença no desenvolvimento econômico-social da cidade renderam o título Cidadão Leopoldense ao fundador e diretor da Oncologia Centenário, o oncologista Adalberto Broecker Neto, que recebeu o título na noite de quarta-feira, 30 de agosto, na Câmara de Vereadores. A homenagem foi proposta pelo vereador Júlio Galperim.

“Nesses quase 50 anos que sou formado, posso dizer que os 16 que estou em São Leopoldo foram os melhores da minha vida profissional. Há várias maneiras de se praticar Medicina, mas consegui fazer a Medicina que eu gosto, implantando um serviço modelo de universalização do atendimento. Desde o início, a Oncologia Centenário foi planejada para atender toda a população, sem distinção. Tudo que aprendi em minha vida foi projetado na clínica e sempre nos guiamos por uma regra simples: fazer o melhor”, disse emocionado o fundador e diretor da Oncologia Centenário.

A cerimônia, marcada pela emoção do começo ao fim contou com a presença de personalidades da cena “médica” e política gaúcha, como o ex-governador Germano Rigotto, o prefeito de São Leopoldo Ary Vanazzi, o presidente da Federação dos Hospitais do RS (FEHOSUL), dr. Cláudio José Allgayer, médicos, representantes do governo do Estado e de instituições e conselhos de saúde, vereadores,  familiares, profissionais  da Oncologia, amigos, pacientes e admiradores do seu trabalho.

Ao falar sobre a homenagem, Broecker Neto dedicou o reconhecimento à família, que sempre o apoiou nos momentos difíceis, e à sua equipe, sem a qual seria impossível levar adiante o serviço ofertado à população. Contou que sua relação com São Leopoldo começou pelos laços familiares – os Sehn e os Schwertner – que vieram nas primeiras levas de imigrantes alemães para São Leopoldo. Depois dois Broecker vieram da Alemanha para a guerra do Paraguai, um deles ficando no Rio Grande do Sul. E quis o destino que estes sobrenomes se encontrassem, com o passar dos anos, em Carazinho, terra natal do dr. Adalberto.

Depoimentos

“Nos conhecemos há mais de 30 anos. Sabemos o quanto é difícil empreender na área da saúde, mas sempre fostes uma pessoa ativa e figura representativa em âmbito estadual e nacional. Hoje, a Casa do Povo de São Leopoldo te outorga esse título, que com certeza é dado por todos os cidadãos leopoldenses”, afirmou o presidente da FEHOSUL, Cláudio José Allgayer. “ Um amigo que sempre foi de extrema lealdade, parceiro nos desafios da saúde gaúcha, participante ativo das entidades de classe do setor. Hoje ele recebe uma distinção que, por mais importante que seja, e quem o conhece bem sabe, que não existe prêmio que resuma sua competência e personalidade. Ele é um inegável exemplo da tão defendida prática humanizada, hoje aplicada por poucos. A comunidade de São Leopoldo tem muito a se orgulhar de ter um ser humano exemplar como o Adalberto, muito mais do que um profissional” resumiu Allgayer.

Claudio Allgayer e Adalberto Broecker Neto na cerimônia em São Leopoldo

Claudio Allgayer e Adalberto Broecker Neto na cerimônia em São Leopoldo

 

Também amigo do homenageado, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, disse que aprendeu a respeitar a pessoa humana, o profissional qualificado, o empreendedor que tem a capacidade de gerar emprego e renda para muitas pessoas. “Acima de tudo, com dedicação, o doutor Adalberto dá para seus pacientes mais do que o tratamento para a sua doença; ele e sua equipe dão carinho e amparo para os familiares, de uma maneira que serve de exemplo para todos os profissionais da saúde”.

Adalberto recebe de ... Ex-governador Germano Rigotto prestigiou o amigo de longa data

Adalberto recebe do vereador Júlio Galperim a distinção. Ex-governador Germano Rigotto (ao fundo) prestigiou o amigo de longa data

 

Podendo conceder apenas um título por mandato, Galperim explicou o porquê da escolha do nome de Adalberto. “O que me marcou na sua personalidade é a maneira humana, digna e igualitária como atende seus pacientes. Certa vez, ele me disse que quando uma pessoa está na sua frente, não interessa se está ali pelo plano de saúde, com recursos do próprio bolso ou se é do SUS. Todos merecem um tratamento igualitário e os serviços mais modernos. É de pessoas assim que precisamos”, defendeu o vereador.

Já o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, agradeceu ao homenageado por ter adotado São Leopoldo como o seu município. “Tenho muito orgulho de ter a Oncologia em São Leopoldo, que fortalece nosso Hospital Centenário, mas principalmente porque salva a vida de muitas pessoas que sofrem com esta doença do mundo moderno, o câncer. Você elevou nossa cidade com tua presença, com a tua empresa, os teus conceitos e valores, mas também com teu carinho pela nossa cidade”, disse Vanazzi.

Trajetória

Dr. Adalberto presidiu diversas entidades, como a Sociedade de Cancerologia do Rio Grande do Sul, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e a OncoBrasil – Cooperativa de Oncologia Clínica do Brasil, além de ser membro da Sociedade Brasileira de Cancerologia, da American Society of Clinical Oncology e da European Society of Medical Oncology.

Em 1969, fez plantão no Hospital Centenário. “Naquele ano, fui fazer um lanche no barzinho localizado em frente ao hospital e acabei assistindo, em preto e branco, um grande feito: o homem pousando na lua”, lembra ele, que fez a residência no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre.

Nos anos seguintes, atuou na área de clínica cirúrgica e, em 1975, decidiu dar um up grade na carreira ao ir para Toronto, no Canadá, onde se especializou em Oncologia Clínica, no The Princess Margaret Hospital.  Ao voltar para o Rio Grande do Sul como 1º Oncologista Clínico do Estado, trouxe várias inovações. Coube ao dr Adalberto implantar os Centros de Tratamento de Câncer dos hospitais Ernesto Dornelles, da PUC e do Conceição e criar a 1ª Disciplina de Oncologia Clínica da PUCRS. “Vi nascer a especialidade”, recorda.

Universalização e humanização

“Tudo o que aprendi, usei para planejar um serviço com ênfase na universalização, sem diferenciação, que pudesse atender a todos igualmente”, conta. O sonho que para muitos poderia ser impossível virou realidade com a Oncologia Centenário, nome dado em homenagem ao hospital e fundada no ano de 2001, em São Leopoldo, localização escolhida por ser acessível a 3 milhões de pessoas, o que representa 30% da população do Rio Grande do Sul.

“Somos a primeira clínica brasileira a implantar a humanização do atendimento desde o início do tratamento. Quando uma pessoa está na minha frente, eu não sei se ela veio pelo plano de saúde, se está pagando a consulta com recursos do próprio bolso ou se é do SUS. Para mim não faz diferença, todos merecem tratamento igualitário e os serviços mais modernos”, afirma Broecker Neto, ao ressaltar que esta é uma política de atendimento seguida por toda a equipe. Atenção dada diariamente aos mais de 200 pacientes em tratamento e aos seus familiares, vindos de 30 municípios da região metropolitana, vales do Sinos, Caí e Paranhana e Encosta da Serra gaúcha.

Investimentos

Com o objetivo de aperfeiçoar constantemente a estrutura de atendimento na clínica não faltaram investimentos. A área de 2.500 m² é equipada com a mais moderna tecnologia de combate ao câncer. De 2013 para cá, mais de R$ 4 milhões em recursos próprios foram aplicados para implantação de equipamentos e novas técnicas que garantem eficácia e redução do tempo de tratamento. Primeiro, foram os aceleradores lineares de radioterapia guiada por imagem (ImageGuidedRadioTherapy/IGRT) e, desde o começo do ano está em operação a Radiocirurgia e Arcoterapia Volumétrica Modulada (VMAT).

Tecnologias avançadas usadas igualmente, sem distinção. Mas o SUS cobre este tratamento avançado? A resposta é não. Mesmo assim o paciente faz o tratamento mais adequado, independente do custo. “Oferecer um tratamento ditado pelo SUS seria retroagir no tempo e nas possibilidades de cura”, diz Broecker Neto. Segundo o oncologista, a tecnologia avançou tanto que é impossível empregar uma técnica do passado, até porque ela não faz mais parte da rotina da clínica.

Investimento em aceleradores lineares de radioterapia guiada por imagem (ImageGuidedRadioTherapy/IGRT) e, desde o começo do ano está em operação a Radiocirurgia e Arcoterapia Volumétrica Modulada (VMAT)

Investimento: Aceleradores lineares de radioterapia guiada por imagem (ImageGuidedRadioTherapy/IGRT) e, desde o começo do ano se encontra em operação a Radiocirurgia e Arcoterapia Volumétrica Modulada (VMAT)

 

O modelo de atenção universalizada, aliado à tecnologia, também se reflete no tempo de tratamento. Enquanto em muitos centros o paciente enfrenta demora de até seis meses para iniciar o tratamento, na Oncologia o calendário depende unicamente da realização dos exames. Com os dados em mãos, a quimioterapia pode ser iniciada imediatamente após a primeira consulta. A radioterapia, por ter um planejamento mais complexo e depender de uma quantidade maior de exames, normalmente é iniciada de 10 a 20 dias após a consulta inicial.

Para Broecker Neto, o bem-estar das pessoas sempre esteve no topo de suas convicções, por isso é um ferrenho defensor de que a saúde não pode ser partidária, uma lógica que deveria ser levada ao pé da letra em todo o Brasil para permitir condições e qualidade de vida para as pessoas.

Moderno auditório da Oncologia Centenário, para cursos e meetings médicos

Moderno auditório da Oncologia Centenário, para cursos e meetings científicos

 

Informações Marcia Greiner. Edição SS. Fotos Câmara de Vereadores de São Leopoldo. 

 

 

 

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