Gestão e Qualidade | 4 de junho de 2025

Gestão médica na prática: integração, eficiência e qualidade na assistência

Em artigo, Ciarlo Fonseca (Diretor de Operação na Promed - Soluções em Saúde) aborda questões importantes sobre a gestão médica e a conexão com os objetivos e metas institucionais dos hospitais.
Gestão médica na prática integração, eficiência e qualidade na assistência

Em ambientes hospitalares cada vez mais complexos, a gestão médica exerce um papel estratégico na articulação entre o cuidado clínico, os processos organizacionais e os cuidados em saúde. Mais do que supervisionar equipes ou cumprir metas assistenciais, essa função coordena o funcionamento integrado da instituição, garantindo que as decisões clínicas estejam alinhadas a protocolos, recursos e rotinas bem estruturadas. Escalas organizadas, fluxos padronizados e comunicação eficiente são expressões práticas desse modelo, que promove segurança, previsibilidade e qualidade na jornada do paciente.


IMG_6214


Embora possa parecer um detalhe operacional, o planejamento de escalas é um reflexo direto da maturidade da gestão hospitalar. Escalas desorganizadas resultam em sobrecarga de profissionais, descontinuidade no cuidado e queda na satisfação de pacientes e colaboradores. Por outro lado, quando a organização respeita critérios como perfil assistencial, demanda por especialidades e competências técnicas, os resultados se traduzem em maior fluidez nos atendimentos e redução de falhas nos processos.


banner setor saúde (1)


Outro pilar essencial são os protocolos clínicos baseados em evidências. Em instituições onde atuamos, observamos que a adoção e atualização constante desses protocolos acelera a tomada de decisão, reduz internações prolongadas e favorece condutas alinhadas entre diferentes especialidades. Um estudo publicado no BMJ Quality & Safety (2020) mostra que a implementação sistemática de protocolos pode reduzir a variabilidade clínica em até 40%, além de contribuir para o uso mais racional dos recursos, contribuindo para a sustentabilidade hospitalar.

A comunicação interprofissional também é determinante para a eficácia da gestão médica. Reuniões clínicas, cultura de feedback e o uso de sistemas de informação interoperáveis ajudam a garantir continuidade e segurança na assistência. Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), hospitais que adotam modelos de gestão compartilhada reportam queda de até 40% nos eventos adversos notificáveis, reflexo direto da melhor integração entre equipes.

A experiência do paciente, conceito central na assistência contemporânea, não se limita ao atendimento clínico — ela engloba todos os pontos de contato e fluxos internos da instituição. Por isso, quando as equipes assistenciais e administrativas atuam com objetivos comuns e visão sistêmica, o paciente percebe — ainda que de forma subjetiva — mais segurança, acolhimento e resolutividade.


banner setor saúde (1)


Além disso, um estudo do The Beryl Institute (2022) indica que a percepção de qualidade no atendimento está altamente associada à consistência nas equipes e à comunicação efetiva entre os profissionais de saúde — fatores diretamente relacionados à qualidade da gestão médica.

Por fim, a presença de médicos em posições de liderança é cada vez mais valorizada. Profissionais que compreendem tanto a lógica assistencial quanto os desafios gerenciais têm mais capacidade de conectar objetivos clínicos a metas institucionais, otimizar fluxos, qualificar indicadores e engajar as equipes em práticas centradas no cuidado e na sustentabilidade.


IMG_6214


A gestão médica na prática é, portanto, um investimento estratégico para instituições de saúde que desejam crescer com responsabilidade, excelência técnica e foco no ser humano.


Ciarlo Fonseca (Diretor de Operação na Promed – Soluções em Saúde)


 

VEJA TAMBÉM