A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) realizou na quinta-feira (19) uma reunião com a Agenda 2020. Foram discutidas propostas da área da saúde que serão apresentadas aos candidatos ao Governo do Estado do RS. Este foi o segundo encontro no mês de julho com a Agenda 2020 realizado pela FEHOSUL – uma nova reunião está marcada para o dia 27 de julho.

Na reunião, foram apresentados pontos considerados essenciais para que ocorram mudanças e melhorias na área da saúde para os gaúchos. Um documento está sendo elaborado, para posteriormente ser encaminhado aos candidatos, com propostas para a saúde. O registro tem como base os quatro pilares julgados como fundamentais para a melhoria na área da saúde: acesso; gestão de saúde; qualidade da assistência prestada; e financiamento.

“Debatemos dentro destes quatro aspectos e os integrantes da reunião nos disseram que há necessidade que os nossos dados sejam atualizados e que alguns elementos novos sejam apresentados como propostas de debate”, disse o diretor executivo da FEHOSUL, Dr. Flávio Borges. “Do ponto de vista da saúde, estes quatro pilares são fundamentais para que possamos garantir a oferta de serviço para a população”, destacou o Dr. Sérgio Ruffini – coordenador do projeto QUALIS-RS (incentivo à conquista da acreditação no RS), avaliador sênior e diretor do IAHCS Acreditação.

No encontro, foi apontado que o modelo atual de saúde praticado no Rio Grande do Sul, tanto para a área pública quanto suplementar, não possui sustentação para o futuro. O modelo de remuneração foi um dos tópicos abordados. Assim, como em outras reuniões realizadas no âmbito da Fehosul , o diretor executivo da FEHOSUL ressaltou a necessidade de mudanças no modelo, “hoje baseado em remuneração de insumos,  produção e quantidade de procedimentos, e não não na qualidade e resultados”.

De acordo com Borges, uma ampla revisão de conceitos na saúde necessita ser implementada. Como exemplo, ele citou mudanças que podem ser estabelecidas na regionalização da prestação de saúde. “Para que nem todos façam tudo, e possamos organizar isso: o que compete aos municípios, o que deve ser feito localmente, regionalmente. A atenção básica deve ser difundida em todo o estado, mas a alta complexidade ter polos regionais, evitando assim que se faça de tudo em todos os lugares. Esta seria uma importante reorganização do sistema de saúde”, apontou.

De acordo com Ruffini, o encontro ajudou a reforçar a necessidade de promoção de mudanças e inovações. “Temos que garantir o acesso à população de serviços de saúde, mas isso tem que ser feito com uma nova forma de oferecer esses serviços, de um novo financiamento, com modelos de pagamento inovadores. Temos a consciência que, do jeito que está, é impraticável. O modelo de financiamento praticado hoje não se sustenta mais”, ressaltou.

Na próxima reunião, deverão ser apresentadas cinco ou seis linhas de atuação que tenham garantia de que poderão ser implementadas, de acordo com o diretor do IAHCS Acreditação. “Acho que esse é um bom sinalizador, ou seja, sairmos do campo das sugestões e irmos para a identificação de ações que possam efetivamente ser implantadas. Este é o grande resultado que pretendemos apresentar”, frisou.

As ideias discutidas nesta reunião, de constituir um conteúdo que proponha reformas estruturais e que se estabeleça um elemento permanente para acompanhamento destas propostas, serão concluídas em um documento, que será apresentado na próxima reunião da Agenda 2020 – no dia 27 de julho.

Estiveram presentes na reunião: Dr. Cláudio Allgayer (presidente da FEHOSUL e da ONA); Dr. Flávio Borges (diretor executivo da FEHOSUL); Dr. Sérgio Ruffini (diretor do IAHCS Acreditação); André Allgayer (IAHCS/FASAÚDE); Antônio Quinto Neto (Hospital Banco de Olhos); João Gabbardo dos Reis (presidente do IPE-Saúde); Valdir Bianchessi (Agenda 2020); e Leonardo Spindler (Agenda 2020).