Suicídio é um problema real e muito grave, sendo a quarta principal causa de mortalidade entre adolescentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em um estudo recente feito na Dinamarca, foi constatado que 46,5% dos adolescentes que tentam o suicídio realmente querem morrer, e que, apenas 2,5% querem “chamar a atenção”, desconstruindo o conceito de que os adolescentes usam a tentativa de suicídio para atrair a atenção para si.

Este mesmo estudo também demonstrou que 50% dos adolescentes apresentam ideias suicidas por mais de um mês e que muitos destes jovens não se sentiam ouvidos pelos seus pais e este seria o principal motivo para tirar suas vidas. Neste momento é dever dos profissionais da saúde abrir espaço para o diálogo e tentar acolher os pais da forma mais empática, tratando o assunto da maneira mais cuidadosa e profissional possível.

Outro estudo de 2014 mostra que adolescentes tiram sua vida com métodos bastante agressivos, como enforcamento e o uso de arma de fogo. Outro dado relevante sugere que pessoas do sexo masculino cometem mais suicídio, enquanto as mulheres fazem mais tentativas. Um fator de risco estabelecido é a relação do suicídio com doenças mentais. Estudos apontam que 75% dos adolescentes que se suicidaram tinham algum tipo de transtorno mental, principalmente os transtornos afetivos, como depressão e transtorno bipolar. Dependência de múltiplas drogas – incluindo álcool, maconha e tabaco – está associada a um aumento do risco de tentativas de suicídio em adolescentes.

Outro indício que deve servir de alerta são os casos de automutilação em adolescentes. Alguns dados mostram que em média 70% dos adolescentes que se automutilam acabam tendo ao menos uma tentativa de suicídio. Pode-se considerar automutilação o ato de ser ferir sem o intuito de morrer, como cortes no corpo, beliscar-se, morder-se, queimar-se ou mesmo pular de lugares altos com o propósito de causar fraturas. Relatos de adolescentes revelam que a automutilação alivia seu sofrimento psíquico, além de ser uma maneira de lidar com pensamentos negativos ou até mesmo de expressá-los.

O médico, Sivan Mauer, em sua coluna no Medscape, elaborou 12 sinais que apontam necessidade de investigação dos pais e profissionais de saúde nos jovens sobre o tema:

1 – Tentativas prévias de suicídio

2 – Alterações no humor, ansiedade e agitação

3 – Maior irritabilidade sem justificativa aparente

4 – Começar a falar em suicídio/morte

5 – Mudar o padrão de higiene

6 – Abuso de álcool e outras drogas

 7 – Automutilação

8 – Isolamento de familiares e amigos

9 – Ter atitudes violentas

10 – Comentários com conteúdos de desesperança

11 – Pesquisar sobre métodos de suicídio

12 – Conflitos com relação à identidade sexual

É dever do profissional da saúde entender as mensagens e os indícios trazidos por adolescentes, maximizando a possibilidade de ajudar,  reduzindo o número de mortes.