Gestão e Qualidade | 15 de junho de 2016

10 verdades sobre segurança do paciente

Organização Mundial da Saúde lista os principais pontos que prejudicam a saúde pública global
10 verdades sobre segurança do paciente

Recentes dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam que, em países desenvolvidos, um a cada dez doentes é prejudicado enquanto recebe atendimento dentro de um hospital. O alto índice serve como alerta para que instituições do setor busquem a qualificação da segurança do paciente a nível global.

A qualidade da assistência prestada nos serviços de saúde é uma exigência crescente da sociedade e é tema de debates no setor. O Brasil, desde 2004, faz parte da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, criada pela OMS. O objetivo da aliança é adotar medidas para melhorar o atendimento ao paciente e aumentar a qualidade dos serviços. Além disso, o Ministério da Saúde instituiu em abril de 2013, outra medida com foco no assunto: o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).

Para alimentar o debate e salientar a necessidade de avanços no que se refere à segurança do paciente, a OMS listou 10 verdades sobre o tema (veja o original, em inglês). São elas:

1)    Segurança do paciente é um problema global de saúde pública

É sério e engloba o mundo inteiro, dos países desenvolvidos aos de terceiro mundo. Porém, desde o lançamento do Programa de Segurança do Paciente da OMS, em 2004, mais de 140 países têm trabalhado para enfrentar os desafios dos cuidados inseguros.

2)    No hospital, um em cada dez pacientes pode sofrer evento adverso

Em países desenvolvidos, 10% dos pacientes são prejudicados ao receber cuidados hospitalares. O dano pode ser causado por uma variedade de erros ou acontecimentos adversos.

3)    Infecção hospitalar atinge até 10 de cada cem pacientes internados

Em países desenvolvidos, sete a cada cem pacientes (7/100) hospitalizados em um determinado momento irão pegar uma infecção associada ao cuidado de saúde (IACS). E, em subdesenvolvidos, o número é maior: dez a cada cem (10/100) passarão pelo problema. Medidas simples e de baixo custo, como higiene correta das mãos, podem reduzir a frequência dos eventos adversos pela metade.

4)    Falta acesso aos dispositivos médicos seguros e apropriados

A OMS estima que existam mais de 1,5 milhões de dispositivos médicos, dentro de um espectro de 10 mil tipos diferentes. Mas tais tecnologias não estão acessíveis à maioria da população do mundo nos sistemas de saúde. Mais de metade dos países de baixa e média renda não possuem uma política nacional de tecnologia de saúde para garantir a utilização eficaz dos recursos através do planejamento adequado, avaliação, aquisição e gestão de dispositivos médicos.

5)    Injeções inseguras diminuíram 88% entre 2000 e 2010

Os indicadores de segurança de injeção, medidos em 2010, mostram progresso: taxa de reutilização de dispositivos de injeção (5,5% em 2010), com ganhos através da redução do número de injeções por pessoa por ano (2,88, em 2010).

6)    Cirurgia segura exige trabalho em equipe

Estima-se que 234 milhões de operações cirúrgicas sejam realizadas em todo o mundo anualmente. O tratamento cirúrgico está associado a um risco considerável de complicações, porém 50% desses problemas são evitáveis facilmente.

7)    Entre 20% e 40% dos gastos em saúde são devidos ao desperdício

Estudos de segurança mostram que reinternação, custos de litígio, infecções adquiridas em hospitais, incapacidade, perda de produtividade e despesas médicas custem em torno de US$ 19 bilhões por ano. Assim, os benefícios econômicos de melhorar a segurança do paciente são convincentes, pois mexem no bolso.

8)    Risco na saúde supera o da aviação

As indústrias com maior risco percebido, como a aviação e indústrias nucleares, têm um histórico muito melhor de segurança do que os cuidados de saúde. Há uma chance em 1.000.000 de um viajante sofrer algum dano enquanto estiver em uma aeronave. Em comparação, um em cada 300 pacientes está sendo prejudicado durante os cuidados de saúde.

9)    Engajamento da comunidade e do paciente são chave do fortalecimento

A experiência e as perspectivas das pessoas são recursos valiosos para identificar as necessidades, medir o progresso e avaliação de resultados no sistema de saúde.

10)  Parceria entre hospitais pode ser a solução

Uma das alternativas para melhorar a segurança e a qualidade no atendimento, segundo a OMS, pode ser a parceria entre hospitais, já que promove intercâmbio técnico entre profissionais de saúde. É um canal de duas mãos de aprendizagem e desenvolvimento, com possibilidade de soluções rápidas que visam a evolução dos sistemas de saúde globais.

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* com informações IBSP, OMS. Edição Setor Saúde.

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