Triagem Cardiovascular Avançada do Hospital Mãe de Deus completa três anos
"A Triagem Cardiovascular Avançada é a principal ‘porta de entrada’ do paciente cardiológico no Hospital" diz o Dr. Cristiano JaegerNovembro marca uma data importante para o Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre. Após inúmeros pacientes atendidos e diversos desafios enfrentados, a Triagem Cardiovascular Avançada da Emergência do Hospital comemora três anos desde sua concepção, em 2017.
“A Triagem Cardiovascular Avançada é a principal ‘porta de entrada’ do paciente cardiológico no Hospital”, explica o gestor do Serviço de Cardiologia do Hospital Mãe de Deus, Dr. Cristiano Jaeger. “As emergências cardiológicas respondem pelos mais significativos casos de um pronto atendimento, e os que necessitam de maior urgência. São as doenças que mais matam no mundo e o fazem de maneira súbita. Por isso a necessidade de termos um atendimento ágil, que só é possível com a nossa presença nesse setor”, completou.
Médico cardiologista na emergência 24h por dia, sete dias por semana
Conforme o Hospital Mãe de Deus, ao longo de três anos de funcionamento, a Triagem Cardiovascular Avançada trouxe a presença de um médico cardiologista na emergência 24h por dia, sete dias por semana, algo inédito em um hospital geral em Porto Alegre, e raro em instituições médicas mundo afora – com exceção das exclusivamente cardiológicas.
A iniciativa de criar um setor especializado surgiu, principalmente, em virtude de atrasos no diagnóstico e manejo de pacientes, da grande demanda de consultas dos médicos do pronto atendimento e da já corriqueira presença da equipe de cardiologia na Emergência.
A jornada do paciente
Atualmente, o paciente chega na emergência e, caso identificados seis sintomas específicos na triagem inicial da enfermagem, ele é encaminhado diretamente para o atendimento de um médico cardiologista. Os sintomas são:
Dor torácica
Dispnéia
Palpitação
Crise hipertensiva
Edema de membros inferiores
Síncope
Dentre as afecções cardiovasculares agudas, o infarto agudo do miocárdio é o diagnóstico mais significativo, dada à sua alta prevalência e mortalidade. Além dele, a triagem presta atendimento a diversas outras patologias, como angina instável, dissecção aórtica, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e embolia pulmonar.
Os desafios frente à covid-19 e o medo da população
O cenário atípico da covid-19 trouxe novos desafios para diversos hospitais. Dados levantados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mostraram um aumento de 31% do número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil. Os números dizem respeito ao período de 16 de março a 31 de maio, momento de alta na escala de contágio do vírus.
Em contrapartida, houve também uma queda no número de atendimentos hospitalares de AVCs e ataques cardíacos – muito ligados ao receio e ao medo da população em frequentar instituições médicas.
“Estatísticas ao redor do mundo revelaram um aumento exponencial de mortes súbitas em casa pelo simples temor de uma visita a emergências médicas, por serem locais de “possíveis” contaminações pela covid-19. Isso acabou tornando-se um efeito colateral da pandemia”, aponta Jaeger.
De acordo com o médico, a covid-19 impôs a necessidade de um manejo especial nas emergências cardiológicas para separar o fluxo de pacientes infectados dos demais casos. Tornou-se comum o aparecimento de miocardites e sequelas cardiológicas pós-infecção. A pandemia também proporcionou a demora nos diagnósticos de casos como infarto e AVC.
“O tratamento nesses casos é uma corrida contra o tempo. Nos deparamos com pacientes que chegavam em estágios muito avançados. Quanto mais demoramos para identificar o problema, mais músculo cardíaco perdemos, e a chance de o paciente vir a óbito ou desenvolver sequelas irreversíveis se torna maior”, ressaltou.
“Atualmente, temos mais conhecimento sobre a covid-19 do que tínhamos no começo da pandemia. O Mãe de Deus possui processos específicos, extensamente estudados e debatidos para proporcionar segurança a todos os nossos pacientes”, completou.
A prevenção é o melhor remédio
O gestor do Serviço de Cardiologia resume de duas formas a maneira de reduzir o risco de desenvolver doenças cardiovasculares: “mudanças no estilo de vida” e “acompanhamento periódico com o seu médico”.
Uma alimentação balanceada, rica em verduras, legumes, frutas, oleaginosas, proteínas e pobre em carboidratos e gorduras é essencial para um estilo de vida saudável.
“No quesito exercício físico, o ideal seria algo em torno de três a cinco vezes na semana, de 30 a 45 minutos. Evitar situações de estresse, manter-se em um peso adequado e abandonar o tabagismo também é muito importante”, ressalta.
Com informações e fotos Hospital Mãe de Deus. Edição SS.