Gestão e Qualidade | 25 de fevereiro de 2021

“Teremos em um a dois dias o colapso do sistema hospitalar com impacto direto na elevação no número de óbitos”

Especialistas pedem a adoção de medidas de restrição previstas no Plano de Distanciamento Controlado do RS
“Teremos em um a dois dias o colapso do sistema hospitalar com impacto direto na elevação no número de óbitos”

Em nota divulgada nas redes sociais no final da noite do dia 24, especialistas alertaram para um possível colapso do sistema hospitalar do RS em até dois dias, com impacto direto no aumento de mortes. Fernando Torelly, João Gabbardo, Lucia Pellanda Januario Montone defendem como solução a adoção de medidas de restrição previstas no Plano de Distanciamento Controlado. Eles integram desde maio de 2020, um grupo de profissionais que atuam de forma voluntária com o objetivo de assessorar o Governo do Estado do Rio Grande do Sul no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

“Precisamos agir rápido e de forma efetiva para evitar a maior crise sanitária da história recente do Rio Grande do Sul”, diz o documento. 

A nota lembra que, na quarta-feira (24), 91 pacientes aguardavam leitos de UTIs hospitalares. As estruturas hospitalares e unidades de pronto atendimento, conforme análise dos especialistas, já demonstram sinais de esgotamento de suas capacidades e sobrecarga de trabalho para as equipes assistenciais. Além disto, a velocidade de ampliação de leitos hospitalares e do processo de vacinação, neste momento, estão muito aquém da velocidade de transmissão do vírus.

E pior: “mantida a situação atual teremos em um a dois dias o colapso do sistema hospitalar com impacto direto na elevação no número de óbitos. ”

“Considerando estas informações entendemos que devem ser implementadas de forma efetiva e imediata ações que reduzam a possibilidade de transmissão do vírus, especialmente no que se refere à prevenção da transmissão respiratória”, completa a nota.

“A interrupção desta projeção somente ocorrerá se as medidas de restrição previstas no Plano de Distanciamento Controlado sejam efetivamente implementadas sem abrandamento. ”

Para eles, “decisões difíceis devem ser tornadas para que tenhamos uma reversão destas projeções caso contrário corremos um sério risco de viver nas próximas semanas, a maior crise sanitária da história recente do Rio Grande do Sul. ”

Leia abaixo a nota completa:

Fernando Torell, João Gabbardo Lucia Pellanda Januario Montone

Quem assina o texto:

Fernando Torelly: Economista gaúcho com pós-graduação em administração hospitalar, administração de recursos humanos e mestrado em administração de empresas. Atuou como vice-presidente administrativo do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e como Gerente de Recursos Humanos do HCPA e Hospital Mãe de Deus. Atuou como Superintendente Executivo da Associação Hospitalar Moinhos de Vento e foi diretor Executivo da Sociedade Beneficente Hospital Sírio Libanês. Foi presidente do Sindihospa e diretor da FEHOSUL. É professor de cursos de pós-graduação da FGV e Fasaúde/IAHCS. Atualmente é Superintendente Corporativo do HCor, em São Paulo.


João Gabbardo dos Reis: Médico gaúcho formado pela UFRGS. Foi presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) de 2015 a 2017. Secretário de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul de 2015 a 2018. Presidente do Ipe-Saúde (2018). Comandou a Secretaria Executiva do Ministério da Saúde na gestão do ministro Mandetta. Atualmente é Coordenador Executivo do Comitê de Saúde do Governo de São Paulo.


Lucia Pellanda: Médica formada pela UFRGS. Residência Médica em Pediatria e em Cardiologia Pediátrica. Especialista em Pediatria. Título de Habilitação em Cardiologia Pediátrica e Ecocardiografia pediátrica. Mestrado e doutorado em Cardiologia pela Fundação Universitária de Cardiologia do RS. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Cardiologia Pediátrica, atuando principalmente nos seguintes temas: prevenção primária, cardiologia pediátrica, prevenção cardiovascular, epidemiologia cardiovascular e, na área de Pesquisa Clínica, com ênfase em Saúde Baseada em Evidências e Metodologia Científica e Ensino da Saúde Baseada em Evidências. Atualmente é Reitora da UFCSPA 2017-presente. 


Januario Montone: Foi o primeiro Diretor-Presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), atuando de 12/1999 a 12/2003. Com larga experiência na área pública, dirigiu as Secretarias Municipais de Administração e de Recursos Humanos de Campinas (SP), atuou no Ministério da Saúde e presidiu a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), entre outros cargos de relevância. Atualmente é Consultor de Projetos na área da Saúde (Monitor Saúde e FIPE).

 



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