Mundo, Tecnologia e Inovação | 16 de maio de 2014

Terapias imunológicas serão destaques da 50ª ASCO

Evento ocorre entre 30 de maio e 3 de junho, em Chicago
Terapias imunológicas serão destaques da ASCO

Novos tratamentos da Merck, Bristol-Myers Squibb e Roche, que ajudam a combater doenças do sistema imunológico, são os temas mais aguardados na 50ª reunião da American Society of Clinical Oncology (ASCO), que acontece em Chicago de 30 de maio a 3 de junho.

Os medicamentos, conhecidos como anti-DP-1 ou anti-PDL1, são terapias biotecnológicas que funcionam bloqueando a capacidade de um tumor se camuflar, permitindo que as células T do sistema imunológico reconheçam e ataquem o câncer.

Os fármacos são a grande promessa no combate a casos avançados de melanoma, câncer de pulmão e de rim, com efeitos colaterais relativamente pequenos. Na ASCO, pela primeira vez os pesquisadores apresentarão dados relativos ao anti-PDL1, da Roche, no tratamento de câncer avançado da bexiga.

A Merck, por sua vez, terá 16 estudos envolvendo a sua droga MK-4375, anti PD-1, incluindo um primeiro panorama para o tratamento inicial do câncer de pulmão. Os primeiros dados divulgados mostraram que 36% dos 45 pacientes tiveram resposta imune ao tratamento inicial. A empresa também irá fornecer resultados do primeiro teste da droga contra câncer na cabeça e no pescoço.

O potencial para efeitos duradouros dessas drogas estará em exibição em estudos envolvendo a droga anti PD-1 da Bristol-Myers, o nivolumab. Os especialistas vão apresentar dados de um estudo com nivolumab envolvendo 107 pacientes com melanoma metastático, mostrando que 41% estavam vivos depois de três anos. Essa sobrevida com melanoma avançado era praticamente desconhecida antes do advento da imunoterapia.

Em um estudo de pacientes cujo câncer renal avançado tinha progredido após tratamentos anteriores, a sobrevida média foi de 25,5 meses para a dose de 2mg de nivolumab. Pesquisas anteriores, com drogas atualmente usadas, haviam demonstrado uma sobrevida média de cerca de 14 meses.

Devido ao alto custo desses medicamentos, as farmacêuticas também estudam formas de identificar os pacientes mais suscetíveis aos benefícios. Os investigadores podem realizar testes para determinar o grau ao qual a proteína DP-L1 é expressa na superfície das células. Em uma escala de 0 a 3, uma pontuação de 0 ou 1 é considerado PD-L1 negativo, enquanto 2 ou 3 é considerado PD-L1 positivo.

Em um estudo inicial da Bristol envolvendo o uso de nivolumab por pessoas com câncer de pulmão avançado e previamente tratados, cinco dos 10 pacientes positivos PD-L1 tiveram redução do tumor em pelo menos 30%. Essa resposta não foi observada entre sete pacientes negativos PD-L1. A Roche confirmou, ainda, que metade dos 20 pacientes positivos PD-L1 apresentaram efeitos contra o câncer de bexiga.

 

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