Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 23 de junho de 2022

Tecnologia inédita para desobstrução de artéria coronária é utilizada pelo Hospital Moinhos de Vento

Instituição gaúcha é a primeira do RS a utilizar equipamento Shockwave para a Litotripsia Intravascular
Tecnologia inédita para desobstrução de artéria coronária é utilizada pelo Hospital Moinhos de Vent

Uma técnica semelhante à usada para dissolver pedras nos rins permite a desobstrução das artérias coronárias e, assim, restabelecer a passagem normal do sangue pelos vasos sanguíneos do coração. O procedimento, chamado de Litotripsia Intravascular, foi utilizado pela primeira vez no Rio Grande do Sul, no Hospital Moinhos de Vento. Três cirurgias foram realizadas nesta terça-feira (21), com um método considerado o mais moderno na área de cardiologia.

De acordo com o Coordenador da Unidade de Angiografia Cardiovascular do Hospital Moinhos de Vento e responsável técnico geral pelos procedimentos, Marco Wainstein, o maior inimigo da angioplastia coronária é o cálcio. Por muito, foi quase impeditivo tratar lesões coronárias muito calcificadas. Mas com a chegada de novas tecnologias, como o equipamento Shockwave, esse cenário está mudando.

“Essa tecnologia utiliza método semelhante a litotripsia para dissolver pedras de cálculo renal. São por ondas de som pressóricas, inseridas por meio de um balão que chega até o local a ser tratado, que provoca o amolecimento da lesão do cálcio e permite que possamos então tratar a coronária”, explicou o médico.

O especialista também destacou que esse método diminui o risco de perfuração em comparação com a técnica convencional utilizada, que é a Aterectomia Rotacional, também conhecida como Rotablator. Ao todo, foram seis profissionais da saúde envolvidos com os procedimentos.

A chefe do Serviço de Cardiologia, Carisi Polanczyk, ressaltou que a Litotripsia Intravascular, com a tecnologia Shockwave, em breve deve ser incorporada aos métodos de tratamentos da instituição. “O Hospital Moinhos de Vento conta com profissionais com reconhecimento nacional e internacional e dá mais um passo importante na busca de novas tecnologias e métodos que beneficiem e tragam qualidade de vida aos pacientes”, frisou.


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Procedimentos com sucesso

Os procedimentos foram realizados pela equipe de Cardiologia Intervencionista do Hospital Moinhos de Vento, com os médicos Marco Wainstein, Rogério Sarmento Leite, Rodrigo Wainstein, André Mânica e Luis Carlos Bergoli.

Odette Antoniutti Parisotto, de 85 anos, estava internada com quadro de insuficiência cardíaca (quando o coração não está bombeando sangue suficiente para atender às necessidades do corpo), de difícil controle e com graves obstruções da coronária direita. A cirurgia transcorreu bem e a equipe médica acredita que, ao tratar essas obstruções, a paciente possa melhorar o seu quadro clínico, além de possibilitar mais qualidade de vida.

Luciana Parisotto, filha de Odette, disse que o procedimento foi um sucesso e elogiou toda a equipe do Hospital Moinhos de Vento pela atenção, comprometimento e competência. “Nossa mãe foi salva hoje com essa tecnologia de ponta disponível aqui no nosso Estado. Está esperando se recuperar para voltar a viajar e passear conosco”, enfatizou.

Após já ter colocado um stent, um tubo expansível utilizado para restaurar o fluxo sanguíneo na artéria coronária e trazer um ritmo quase normal, outro paciente de 82 anos, do sexo masculino, também foi submetido ao procedimento inovador. O que se pretende é que o stent fique aberto da forma adequada com o uso dessa nova tecnologia, já que inúmeras outras formas foram testadas e não tiveram sucesso.

O terceiro paciente tem 72 anos, do sexo masculino, e já havia sido submetido a uma cirurgia de revascularização miocárdica e com infarto do miocárdio, sem Síndrome Coronária Aguda, e que tinha lesões extremamente calcificadas, reflexo de stents mal extendidos.

Segundo o Dr. Wainstein, os três procedimentos foram realizados com sucesso e os pacientes se recuperam bem. Para o médico, um paciente com obstrução na coronária tem impactos negativos na sua qualidade de vida, gera cansaço, fadiga, falta de ar, dor no peito e até mesmo infarto. “É muito bom poder oferecer esse procedimento. Com isso podemos minimizar alguns sintomas, além de, no longo prazo, melhorar a sobrevida dos pacientes”, afirmou.

 



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