Mundo | 17 de agosto de 2012

Sistema de saúde americano garante acesso mais igualitário

Novo sistema de saúde dos Estados Unidos vai incluir cerca de 50 milhões de cidadãos que não tem condições para pagar pelo atendimento à saúde
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O novo sistema de saúde dos Estados Unidos, aprovado em março de 2010 pelo Congresso americano e validado em junho deste ano pela Suprema Corte, torna o acesso à saúde um pouco mais igualitário. Os EUA são o único país desenvolvido que não oferece um sistema de saúde amplo para seus cidadãos, com quase 50 milhões de americanos sem nenhum tipo de cobertura médica.

O novo modelo americano não é igual ao sistema público brasileiro, o SUS – Sistema Único de Saúde – que é definido pela Constituição de 1988 e é regido por três princípios básicos: a universalidade, a integralidade e a equidade. Agora, com as mudanças, os americanos são obrigados a manter um plano de saúde para contar com subsídio do governo para aqueles que não puderem pagar pelo serviço.

Outra mudança foi no programa federal Medicaid, para os pobres, que já existia e foi ampliado. A criação de um novo mercado no qual autônomos e pequenas empresas podem se juntar para comprar planos de saúde com condições melhores também é uma das mudanças da reforma americana. Embora criticado pelos adversários políticos do presidente Barack Obama em pleno ano eleitoral, pode ser encarado como um modelo em que vai incluir os americanos que não tem acesso algum a médicos e hospitais. Os tratamentos nos Estados Unidos não são nada baratos. Uma consulta ao clínico geral não sai por menos de US$ 150, cerca de R$ 310.

O Obamacare deve ter um custo de US$ 1 trilhão em 10 anos, mas ajudará a limitar os gastos que já são crescentes e é uma tentativa de organizar um sistema considerado caro e ineficiente. Durante a batalha para a aprovação do projeto no Congresso Nacional, em 2010, e agora na Suprema Corte, um dos pontos mais polêmicos foi a obrigatoriedade. Quem se recusar a pagar para ter algum plano de saúde será multado. O valor, no entanto, deve ser simbólico.


CRÍTICAS

O novo sistema de saúde dos Estados Unidos sofreu duras críticas do candidato a presidência pelo Partido Republicado, Mitt Romney. O adversário de Obama, quer, se eleito, propor um modelo de “mercado de consumo” para a assistência à saúde dos americanos. Em sua proposta, o republicano sugere liberar o mercado, deixando de ser um “serviço essencial controlado pelo governo”, fazendo com que a competição entre as operadoras reduza o preço das mensalidades e aumente a qualidade do serviço.

Atualmente, o sistema é controlado pelo Estado, que autoriza a entrada das empresas após uma série de exigências, restringindo o acesso das prestadoras de serviço e deixando os preços em patamar mais elevado.

Em relação à população que não tem plano ou sofre de doenças preexistentes, os Estados seriam os responsáveis pela cobertura dos não assegurados com recursos federais. A intenção do plano de Obama é tornar o governo americano responsável pelo cuidado dos cidadãos que não são cobertos pelos seguros privados.

 

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