O Portal Setor Saúde apresenta, a partir do dia 7, como importantes instituições hospitalares estão se preparando para lidar com os casos de Covid-19: Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Hospital Moinhos de Vento, Hospital Mãe de Deus/AESC, Hospital Ernesto Dornelles, Hospital Divina Providência, Hospital São Lucas da PUC-RS, Hospital de Caridade Dr Astrogildo de Azevedo (Santa Maria), Hospital Tacchini (Bento Gonçalves), Hospital Virvi Ramos (Caxias do Sul), Hospital Santa Lucia (Cruz Alta), Hospital São Vicente de Paulo (Passo Fundo), e Hospital de Caridade de Erechim, Hospital São Vicente de Paulo (Osorio), Hospital São Vicente de Paulo (Cruz Alta), Santa Casa de Misericórdia e Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Os hospitais apresentam como estão se preparando para enfrentar o aumento no número de atendimentos para casos do novo coronavírus e se estão sendo reagendadas cirurgias eletivas. As instituições apontam ainda se determinaram ala específica para triagem e quantas UTI/CTI estão disponíveis para atender pacientes que precisarão ser internados com COVID-19. Confira as respostas do Hospital Mãe de Deus.

Hospital Mãe de Deus

Desde janeiro, o Hospital formou um Comitê Covid-19, com a participação da diretoria e profissionais de diversas áreas, que vem trabalhando em várias frentes: padronização do uso de EPIs, elaboração de novos protocolos de fluxo de pacientes, coorte de áreas e profissionais, estratégia para cuidar dos funcionários, relacionamento com o corpo clínico e possíveis tratamentos. Este comitê se reúne diariamente pela manhã para atualização dos planos de ação.

Paralelo a isso, foram adquiridos um maior número de ventiladores e há algumas áreas destinadas como plano de contingência para que tenha espaço físico disponível para o atendimento de pacientes com Covid-19.

Cirurgias eletivas

Sobre cirurgias eletivas, o Hospital Mãe de Deus afirma que respeita a decisão do médico, em conjunto com o paciente, sobre o melhor momento para a realização do procedimento, pois é possível que outras restrições sejam necessárias nas próximas semanas e meses. Pensando em tudo isso, para cirurgias e procedimentos cujo o adiamento indefinido não é a melhor decisão, a postura da instituição é de continuidade do funcionamento dos serviços, e o Mãe de Deus reforça que mantém processos assistenciais seguros para estas situações.

Como primeira e mais importante estratégia, o Mãe de Deus recomenda que a consulta pré-anestésica seja realizada pelo médico anestesiologista através de ferramentas à distância. A instituição solicita que todos os pacientes com procedimentos agendados tenham esta consulta realizada. No dia anterior ao procedimento, através de contato telefônico realizado pelo hospital, é aplicado um questionário de pré check-in. Trata-se de um checklist validado, que permite identificar pacientes com sintomas gripais ou casos confirmados.

Triagem

Nas entradas e recepções do Hospital, são disponibilizados cartazes para que o paciente possa realizar uma auto triagem. Caso identifique algum sintoma respiratório, o próprio paciente pode solicitar ao atendente a máscara cirúrgica.

Durante admissão no serviço cirúrgico, antes do ingresso do paciente no setor, são realizados novos questionamentos para identificação de pacientes com síndrome gripal ou casos confirmados de Covid-19. Para cada uma das situações acima, havendo identificação de pacientes com síndrome gripal ou Covid-19, será contatada a equipe cirúrgica de forma a definir em conjunto necessidade de urgência ou cancelamento do procedimento.

Caso haja a indicação do procedimento cirúrgico em pacientes com síndrome gripal ou Covid-19, foi desenhado um processo assistencial específico, seguindo referências técnicas, com todas precauções adequadas. Os pacientes assintomáticos seguem fluxo próprio. Os protocolos de precaução existentes garantem segurança nestes casos.

Cardiologia segue atendimento de casos graves

Segundo o Hospital Mãe de Deus, apesar da redução significativa dos atendimentos eletivos ambulatoriais, conforme recomendação das principais entidades de saúde do País, os quadros cardiovasculares agudos de urgência e emergência seguem sua incidência habitual e tendem a aumentar nas próximas semanas, dadas às dificuldades de acompanhamentos rotineiros dos pacientes crônicos, bem como à associação das complicações cardiológicas aos casos de infecção pelo COVID-19. “O Serviço de Cardiologia do Hospital Mãe de Deus vem a público comunicar e reforçar que a assistência, em nosso Hospital, aos pacientes com doenças cardiovasculares agudas segue inalterada”, diz comunicado enviado no final do mês de março.

Centro de Diagnóstico por Imagem

O Hospital Mãe de Deus organizou novos fluxos em seu Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), a exemplo do que vem realizando nas demais áreas. O objetivo é proporcionar maior segurança para pacientes que não estão com sintomas gripas e que necessitam dar andamento em seus tratamentos. Todas as áreas do CDI passaram a ter dois fluxos de atendimentos. Um para pacientes com sintomas gripais com suspeita de COVID-19 e outro para pacientes assintomáticos.

Espaço Azul

Os pacientes em estado grave, com sintomas da Covid-19, são encaminhados para o Espaço Azul, uma estrutura criada em frente ao Hospital na rua José de Alencar, para atender exclusivamente pacientes com síndrome gripal, de forma que possam ser atendidos com agilidade.  A estrutura possui recepção, triagem, dois consultórios e coleta de sangue para exames complementares. Com capacidade adicional para atender até 12 pacientes por hora, o “Espaço Azul” possui restauração de todos os ambientes e respeita os requisitos da RDC 50: 2002, do Ministério da Saúde para pronto-atendimentos. Funciona todos os dias, das 8h às 24h.

Expansão do número de leitos

Para atender toda a demanda, o Mãe de Deus conta com capacidade de 50 leitos. No dia 8 de abril, a instituição hospitalar anunciou investimento de R$ 1,5 milhões para expandir em 20% o número de leitos, passando para 60 no total. A inauguração ocorre no dia 15 do mesmo mês.

Antes do início da pandemia do coronavírus, a área de Qualidade e Segurança, em conjunto com a área de supplychain [cadeia de suprimentos], se anteciparam, analisaram evidências e indicaram quais os itens essenciais necessários para o combate ao coronavírus. Com estas definições, iniciaram a execução de um plano para garantir a disponibilidades dos materiais com o incremento de estoques para 120 dias para não haver risco de desabastecimento.

Atualmente, a instituição segue protocolos instituídos conforme a recomendação da Anvisa, elaborados em conjunto com a Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar (ABIH), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

EPI´s

A instituição pondera que o mundo inteiro está em uma corrida por Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) e as indústrias não estão dando conta. Por isso, mais do que nunca, é preciso utilizar o que é recomendado, pois esta recomendação é baseada na forma de transmissão do vírus.

A preocupação com uso racional de EPIs durante a pandemia foi publicada pela Organização Mundial da Saúde em 27 de fevereiro de 2020. O Mãe de Deus aponta que a utilização deve ser pensando na proteção. “O EPI quando é usado em excesso, em áreas que não é indicado, pode atrapalhar. Por exemplo, o uso de luvas, quando não se está prestando assistência a pacientes e não se está em risco de contato com secreções e fluídos, é muito mais prejudicial. Isso porque as bactérias e os vírus aderem muito mais ao látex do que às mãos, que são muito mais fáceis de higienizar. Dessa forma o EPI utilizado em excesso pode ser uma fonte de contaminação ao invés de proteção”.  Com relação aos valores dos equipamentos, a instituição verifica que ocorreu aumento de preço expressivo devido à alta procura do mercado por insumos.

Cooperação COVID-19

O Comitê COVID-19 do Hospital Mãe de Deus promoveu, por meio de videoconferência, o encontro Cooperação COVID-19. A iniciativa possibilitou a troca de ações implementadas no Hospital, como a organização de fluxos de atendimento, ações de qualidade e segurança e a reorganização da infraestrutura, que viabilizaram atender os casos relacionados à doença e, também, demais casos cirúrgicos que não podem aguardar a pandemia passar.

A videoconferência possibilitou a consulta de outras instituições de saúde para que possam aprimorar seus planos de trabalho, com base nas experiências hospitalares compartilhadas. Ao todo, participaram virtualmente 32 pessoas de diversas instituições como Grupo Hospitalar Conceição, Hospital Divina Providência, Hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira do Sul, Hospital Unimed Vale dos Sinos, Unimed Belo Horizonte, Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, entre outras.

Comunicado à vizinhança

Assinada pela diretoria do Mãe de Deus, moradores do entorno do Hospital receberam um comunicado para informar sobre possíveis mudanças na logística de entrega de insumos, podendo ocorrer em horários não habituais; “Esta pandemia interferiu diretamente na dinâmica social e logística empresarial, refletindo, também, no fluxo de muitos fornecedores do Hospital, que já nos sinalizaram via comunicados. Neste sentido, algumas das medidas que temos como praxe sofrerão alterações, como o horário de abastecimento de determinadas matérias-primas, como gases medicinais para suporte à vida e tratamento de pacientes. Com isso, gostaríamos de solicitar sua compreensão neste momento especial em que vivemos enquanto sociedade. Apesar desta situação, nos comprometemos a minimizar os impactos à vizinhança”, diz o informe.

Boletim Diário e informações sobre a Covid-19