Gestão e Qualidade, Política | 24 de março de 2021

Secretaria da Saúde do RS e Exército distribuem 16,5 mil medicamentos do kit intubação a 24 hospitais

“A situação do Rio Grande do Sul, em alguns hospitais, é crítica", diz a secretária Arita Bergmann
Secretaria da Saúde do RS e Exército distribuem 16,5 mil medicamentos do kit intubação a 24 hospitais

A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), com auxílio logístico do Exército Brasileiro, realizou a entrega de cerca de 16,5 mil frascos de medicamentos utilizados em pacientes graves de Covid-19 em UTIs (itens que integram o chamado Kit Intubação). Ao todo, 24 instituições hospitalares foram beneficiadas pela nova remessa, definidas com base em um acompanhamento semanal do abastecimento de insumos que a SES/RS realiza.

“Adquiridos pela secretaria, por meio de ata de registro de preço nacional, estão sendo distribuídos Dexmedetomidina, Etomidato, Morfina, Propofol e Fentanila”, diz comunicado da Secretaria.

Conforme a pasta, 7 veículos saíram do 3º Batalhão de Suprimento, em Nova Santa Rita, na manhã desta terça-feira (23), para rodar, somados, 5.560 quilômetros pelo Rio Grande do Sul, sendo a rota mais longe até Alegrete. “Estamos nesta missão de apoio para levar um pouco mais de conforto e dignidade a todos que necessitam do suporte desses medicamentos. São produtos essenciais para a assistência a pacientes em estado mais grave da doença”, disse o tenente-coronel Eduardo Rodrigues da Silva, comandante do 3º Batalhão de Suprimento.

O chamado kit intubação é formado por sedativos, relaxantes musculares e bloqueadores neuromusculares, necessários para a intubação de pacientes que necessitam de ventilação mecânica em leitos de UTI, por dificuldades respiratórias. “Os medicamentos fazem a pessoa relaxar e, assim, se consegue oxigenar bem os pacientes e auxiliar na recuperação. É de suma importância a ajuda do Ministério da Saúde e do governo do Estado neste momento, uma vez que estávamos com os estoques limitados e com muita dificuldade de adquiri-los”, disse a coordenadora assistencial do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas, Angélica Bellinaso, um dos primeiros locais a receber os frascos na manhã desta terça-feira (23).

De acordo com a Secretaria da Saúde gaúcha, a responsabilidade pela compra dos medicamentos é das instituições hospitalares, não fazendo parte da rotina da Assistência Farmacêutica do Estado. “No entanto, frente à dificuldade de aquisição no país e ao aumento da demanda desde o ano passado, o governo do Estado e o Ministério da Saúde se articularam para comprá-los excepcionalmente e distribuí-los às instituições com estoques críticos e que prestam atendimento pelo SUS”, informa a pasta.

Apesar dos esforços, alguns hospitais enfrentam “situação crítica”

“A situação do Rio Grande do Sul, em alguns hospitais, é crítica, apesar de todos os esforços que estamos fazendo e o trabalho estar muito bem conduzido”, disse a secretária da Saúde, Arita Bergmann. “Houve um drástico aumento na demanda por esses medicamentos. Muitas instituições hospitalares não tinham leitos de UTI e agora precisam destes insumos. Há remédios do kit intubação que demoram até 15 dias para serem produzidos pela indústria”, acrescentou Arita, detalhando alguns motivos que levaram ao cenário atual. A equipe da SES pediu ao Ministério da Saúde, na sexta-feira (19), a importação urgente dos medicamentos.

Entregas realizadas e futuras

A SES/RS informa que neste mês de março, já foram entregues a hospitais de todas as regiões do Estado mais de 60 mil frascos de medicamentos com essa finalidade. Está programada para quinta-feira (25) a distribuição de remessa de 45.820 ampolas de Morfina, doadas pelo Ministério da Saúde.

Entre outras ações da Secretaria da Saúde para reverter o quadro de desabastecimento, a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da SES/RS, Lisiane Fagundes, aponta o incentivo de remanejo de estoque entre instituições que estejam com o abastecimento menos crítico, realização de pregão estadual e nacional para a aquisição excepcional dos remédios, e prospecção do mercado internacional.

Clique aqui e veja a lista de hospitais beneficiados por essa remessa e quantidade de frascos por instituição.

FEHOSUL: Além da falta de medicamentos, o aumento dos preços também é uma preocupação geral do setor hospitalar

A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) alertou na quarta-feira (17), que hospitais do RS começaram a relatar preocupação com os estoques baixos do chamado Kit Intubação. Consultada, a entidade reafirmou hoje (24), que os hospitais gaúchos seguem com os seus estoques em estado crítico.

“Alguns apresentam margem de abastecimento para até 5 dias, outros para 7 e, um pequeno grupo, para até 10-12 dias. Além da falta de medicamentos, o aumento dos preços também é uma preocupação geral do setor hospitalar. Há relatos de aumento dos preços em mais de 1.000%. É preciso ressaltar o esforço da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, que tem auxiliado na aquisição de medicamentos para os hospitais com UTI Covid que integram o sistema público de saúde”, disse o presidente da da entidade, Cláudio Allgayer.

Por outro lado, ele ressalta que a questão também se repete em hospitais privados que atendem planos de saúde e IPE Saúde. “Estes hospitais, que igualmente estão com estoques baixos, estão aguardando a chegada dos pedidos efetuados junto à indústria nacional. Porém, os atrasos na entrega são recorrentes. Diante deste cenário, algumas instituições hospitalares estão buscando importar medicamentos para suprir a demanda. A FEHOSUL segue monitorando a situação dos hospitais associados para tratar deste problema e de outros que estão afetando a prestação de serviços aos pacientes do IPE Saúde, da saúde suplementar e do SUS. A entidade mantém um Grupo de Trabalho para colher demandas e  encaminhar soluções junto ao Ministério da Saúde, Governo do RS, Anvisa, Agência Nacional de Saúde Suplementar, parlamentares, indústrias de medicamentos e demais entidades representativas” finaliza Allgayer.

Com informações SES/RS e FEHOSUL.



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