RS apresenta Modelo de Distanciamento Social Controlado
Projeto tem a participação de entidades, entre elas a FEHOSULO governo do Rio Grande do Sul tornou público, na terça-feira, 21, um primeiro esboço do modelo do distanciamento social controlado durante a pandemia de Covid-19, que deve ser adotado no Estado a partir de maio. Em transmissão ao vivo, o governador Eduardo Leite explicou as diretrizes e ressaltou que o modelo não corresponde a uma flexibilização aleatória. O distanciamento social controlado vem sendo discutido há semanas pelo Executivo, inclusive com a participação de entidades da saúde, como a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde (FEHOSUL), representada por seu presidente, médico Cláudio Allgayer.
“O vírus não está indo embora, não está passando. Está entre nós, circulará ao longo dos próximos períodos, e vamos conviver com isso. Para isso, precisamos do apoio da sociedade para evitarmos esse volume de contágio para além da nossa capacidade hospitalar. Tudo o que fizemos até agora foi priorizando a vida, e tudo o que faremos de agora em diante será priorizando a vida”, reforçou Leite.
Segundo o Governo, na primeira fase de combate ao coronavírus, foi necessário adotar medidas restritivas uniformes, cuja intenção foi evitar que a doença se espalhasse rapidamente e que houvesse um número muito alto de infectados, levando ao caos os serviços de saúde – tanto públicos com privados. Cerca de 40 dias depois de o Rio Grande do Sul registrar o primeiro caso confirmado, o Estado já tem informações sobre o comportamento do vírus. O Estado diz estar munido de uma base de dados abrangente, que inclui resultados da pesquisa sorológica de prevalência do novo coronavírus, que vem sendo aplicada no Estado, e informações do novo sistema de controle de leitos, que monitora informações, em tempo real, de 300 hospitais gaúchos.
Decisões científicas
A partir desses dados e sempre levando em consideração evidências científicas, o distanciamento social controlado se baseia em níveis de restrição, que serão aplicados conforme a região do Estado e o setor econômico. Isso se justifica porque, no entendimento do Executivo, as regiões do Estado apresentam diferentes velocidades de transmissão e contam com estruturas diferenciadas de atendimento.
Capacidade de resposta de saúde e adoção de parâmetros de risco: baixo, médio/baixo, médio e alto
Sendo assim, o nível de distanciamento será controlado pela capacidade de resposta de saúde e pelo comportamento da pandemia no território. Divididas em níveis de risco – baixo, médio/baixo, médio e alto –, a capacidade de resposta será constantemente monitorada, podendo ser alterada conforme a evolução de casos.
Setores econômicos
O distanciamento controlado será adotado com restrições estabelecidas de maneira específica para cada setor econômico, levando em consideração os riscos de transmissão impostos pela atividade e a importância econômica de cada um. Os setores serão divididos em seis grupos – varejo (vestuário, informática etc.), construção, indústria/agricultura, eventos, serviços essenciais (entre eles, hospitais) e educação.
“Estamos fazendo um esforço para que tenhamos um modelo de distanciamento que seja mais sustentável. Uma vez que conviveremos com esse vírus por um longo período, precisamos dessa sustentabilidade que permita que consigamos proteger a vida e, de outro lado, mantermos a atividade econômica, gerando riqueza. Esse é o equilíbrio que buscamos, que só é possível porque, agora, temos mais dados e informações”, reforçou o governador Leite.
Por fim, o Executivo definirá protocolos a serem respeitados pelos municípios e pelos diferentes setores econômicos. As medidas incluem o que vem sendo adotado até agora – distanciamento entre as pessoas, hábitos de higiene, restrição de horários e revezamento de pessoal -, mas novas obrigações terão de ser adotadas. Vale lembrar que todos os indicadores serão constantemente monitorados e uma região ou um setor pode se encontrar em um nível e, com o passar do tempo, ter de se adaptar a novas restrições, mais rígidas ou mais flexíveis.
Na noite de segunda-feira, 20, Leite se reuniu, por videoconferência, com todos os participantes do Conselho de Crise, que envolve o secretariado e diferentes setores da sociedade. O governador apresentou o esboço preliminar do modelo de distanciamento controlado e abriu um espaço, até o dia 23 de abril, para envio de sugestões para adoção de indicadores e protocolos. Foi sugerido aos participantes que observem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e propostas já adotadas em outros países e Estados. Para 28 de abril, está prevista uma nova rodada visando validar as contribuições das entidades e setores ao modelo de distanciamento social controlado..
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FEHOSUL
Integrante do Comitê de Crise, a FEHOSUL apresentará sugestões ao Governo, referente ao setor hospitalar, laboratorial e de clínicas, dentre outros atores da saúde.
“Com uso dos dados que o Estado já dispõe, além do monitoramento diário, as consultas e procedimentos ambulatoriais eletivos devem ser retomados, com atenção a medidas de segurança do paciente e dos nossos colaboradores”, destaca o presidente da FEHOSUL, Cláudio Allgayer.
Dentre as sugestões da FEHOSUL, estão medidas como um maior espaçamento de tempo entre as consultas ambulatoriais para possibilitar a higienização minuciosa dos ambientes [antes e após cada atendimento] e aumento da disponibilização de EPI´s. Recomendações também deverão ser repassadas ao paciente que visitará o hospital, como: cuidados no deslocamento e uso obrigatório de máscaras por parte do paciente e do acompanhante (será permitido apenas um acompanhante, maior de idade).
“Levaremos ao governador Leite uma atenção especial para a definição destes protocolos e para a compra de equipamentos de proteção individual, extremamente importantes para o sucesso da iniciativa de Distanciamento Controlado”, disse Allgayer.
Confira o Modelo de Distanciamento Controlado