Estatísticas e Análises, Mundo | 9 de abril de 2015

Risco genético deve ser discutido com mulheres com câncer de mama

Entre 5% a 10% das pacientes têm uma mutação genética herdada que leva ao câncer
Risco genético deve ser discutido com mulheres com câncer de mama

Um estudo da University of Michigan Comprehensive Cancer Center (EUA) aponta que muitas mulheres diagnosticadas com câncer de mama se preocupam em relação ao risco genético de desenvolverem outros tumores, ou de algum parente desenvolver a doença. O estudo foi publicado no Journal of Clinical Oncology.

Cerca de 35% das mulheres com câncer de mama entrevistadas expressaram um desejo forte pela realização do teste genético, mas 43% não tiveram uma discussão relevante sobre o tema com um médico. O estudo mostrou que as pacientes negras tinham menor preocupação do que as brancas em discutir com um profissional e fazer esses exames, mesmo que não haja evidências de um risco menor para um ou outro grupo étnico.

Os pesquisadores examinaram 1.536 mulheres. As pacientes com câncer foram identificadas através das bases de dados das Surveillance, Epidemiology and End Results, órgãos das cidades de Detroit e de Los Angeles. As pacientes que tinham desejo forte de realizar o teste relataram a preocupação de outros membros da família desenvolverem câncer de mama no futuro. A preocupação entre mulheres de descendência latina chegou a 83%.

“Os resultados sugerem uma necessidade não contemplada em relação à discussão sobre o risco genético” diz o autor Reshma Jagsi, professor adjunto de oncologia e radiologia na Universidade. Entre 5% a 10% das pacientes têm uma mutação genética herdada que leva ao câncer.

Muitas dessas mulheres que relataram interesse no teste genético tinham baixo risco de ter uma mutação e seus médicos não discutiram devidamente o risco genético com elas. Segundo Jagsi, os recentes casos judiciais, muitos com ampla repercussão, tornam o público mais ciente sobre o teste genético disponível. “Mas o risco genético é complexo. Mesmo os pacientes pouco suscetíveis de ter o risco elevado podem ainda tirar proveito de uma discussão [com o profissional]”.

“Ao tratar das mutações genéticas com pacientes, podemos melhor informá-las do real risco de desenvolver novo tumor. Isto poderia aliviar potencialmente a preocupação e reduzir a desinformação em relação ao tema”, completou Jagsi. Mulheres que têm mutação genética enfrentam um risco mais alto de desenvolver um segundo câncer de mama e podem desejar considerar um tratamento mais agressivo, medidas preventivas ou exames adicionais.

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