A Rede D´Or São Luiz divulgou nesta segunda-feira (16), em Fato Relevante, a “Public Acquisition Offer”, ou em português, Oferta Pública de Aquisição de ações (OPA) da Alliar. Na prática, significa dizer que a Rede D´Or apresentou ao mercado e aos acionistas uma oferta de compra pela totalidade das ações da empresa de medicina diagnóstica, fundada em 2010 a partir da fusão de quatro empresas líderes no setor de diagnóstico por imagem das cidades de Belo Horizonte, Juiz de Fora, São José dos Campos e Campo Grande. O valor envolvido é por R$ 11,5 por ação, o que totaliza R$ 1,36 bilhão pela operação.

“A OPA terá por objeto a aquisição de até a totalidade das 118.292.816 (cento e dezoito milhões, duzentas e noventa e duas mil, oitocentas e dezesseis) ações ordinárias de emissão da Alliar pela Companhia, a um preço por ação equivalente a R$11,50 (onze reais e cinquenta centavos). A efetivação da OPA estará condicionada à aquisição de, no mínimo, 17.743.923 (dezessete milhões, setecentas e quarenta e três milhões, novecentas e vinte e três) ações de emissão da Alliar, correspondentes a 15% do seu capital social, bem como a outras condições. O preço ofertado representa um prêmio de 21,8% em relação à cotação de fechamento das ações da Alliar no último pregão da B3 e de 12,6% em relação ao preço médio de fechamento ponderado por volume dos últimos 30 dias”, diz no documento a Rede D´Or.

Se confirmada a operação – que depende de trâmites entre as empresas Comissão de Valores Mobiliários e Cade -, a Rede D´Or impulsionará a sua área de medicina diagnóstica de “marca D´Or”, o que deverá modificar a forma de relacionamento com os seus atuais parceiros da cadeia de laboratórios e clínicas de imagem.

Oferta tem resistência

Segundo matéria da Valor, o fundo Pátria e os médicos acionistas que, juntos detém o controle da rede de medicina diagnóstica Alliar, não devem vender seus papéis pelo valor estipulado em R$ 11,50 na OPA proposta pela Rede D’Or. A Rede D’Or tem interesse em adquirir a totalidade da rede de medicina diagnóstica e fará a OPA se tiver um mínimo de adesão de 15% das ações da Alliar.

Ainda de acordo com fontes, o preço é considerado baixo e muito longe dos R$ 20 precificados no IPO da Alliar, realizado em 2016. Esse era o valor que o Pátria pleiteou por muito tempo no mercado para vender sua fatia, mas que nunca foi adiante porque as ofertas recebidas eram bem inferiores.

A fatia do Pátria hoje é cerca de 20%. Há mais ou menos um mês, o fundo reduziu sua participação que, até então, era de 25%.

A publicação lembra que a oferta da Rede D’Or acontece poucos dias após o Pátria abrir mão do acordo de acionista que lhe conferia poder de gestão na companhia. Com esse movimento de fundo e o preço baixo das ações da rede de medicina diagnóstica, a Rede D’Or enxergou uma oportunidade para fazer uma oferta pela Alliar, ativo que já estava no seu radar. Na sexta-feira (13), um dia após o comunicado de mudança no acordo de acionistas, as ações da Alliar fecharam em queda de 7,63% cotadas a R$ 9,44.

A aquisição da Alliar se encaixa na estratégia da Rede D’Or de buscar negócios de saúde complementares a fim de participar de toda a cadeia de saúde e fazer frente à Dasa, dona da maior rede de medicina diagnóstica do país que vem promovendo várias aquisições de hospitais para consolidar sua tese de saúde integrada.

A Alliar conta com 105 unidades de laboratórios de marcas como CDB, em São Paulo, Axial, em Minas Gerais, Axial, na Bahia, entre outras. No primeiro semestre, a Alliar apurou receita líquida de R$ 568 milhões, alta de 51% sobre igual período de 2020. Atualmente, conta com mais de 5.600 colaboradores e aproximadamente 1200 médicos, conforme informações do site da empresa.

Com informações Rede D´Or, Alliar e Valor. Edição SS.