Gestão e Qualidade | 28 de abril de 2015

Rede de hospitais D’Or São Luiz terá sócio internacional

Carlyle anuncia acordo de R$ 1,75 bilhão
Rede de hospitais D'Or São Luiz terá sócio internacional

A Rede D’Or São Luiz, principal rede de hospitais privados do país, liderada pelo médico carioca Jorge Moll, acertou sociedade com o fundo americano Carlyle, conforme revelado pelo fundo no dia 27. A Carlyle injetará R$ 1,75 bilhão na empresa e passará a deter 8,3% das ações, segundo apurou a Folha de São Paulo (o valor do negócio não foi revelado).

A operação será feita por meio de um aumento de capital na companhia. Ou seja, com a aplicação dos recursos, os atuais sócios permanecerão no negócio, mas terão sua participação diluída. A família Moll, que fundou a empresa na década de 70, terá agora cerca de 68% do negócio, contra os 74% detidos anteriormente.

Já o BTG Pactual, que se associou à rede em 2010, reduzirá sua fatia na empresa de 25,6% para 23,6%.

Fundada em 1977, a Rede D’Or possui atualmente 29 hospitais (entre próprios e administrados) e 30 clínicas de oncologia nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e no Distrito Federal.

Na avaliação do Carlyle, o setor médico e hospitalar será um dos poucos a conseguir crescer, no País, neste período de crise. A expectativa dos economistas é que haja recessão na economia brasileira este ano.

As conversas vinham ocorrendo há meses e foram facilitadas pelo bom relacionamento do presidente-executivo da Rede D’Or, Heráclito Brito, ex-presidente do Bradesco Saúde, com os investidores do Carlyle. Antes de assumir a empresa em 2013 em substituição ao fundador, Jorge Moll, Brito fora também presidente da Qualicorp, companhia da qual o Carlyle se tornou sócio em 2010.

A operação marca uma nova onda de aquisições no setor de hospitais, que reúne mais de 7 mil instituições e movimenta cerca de R$ 100 bilhões em receitas ao ano, sendo responsável por 10,2% do PIB (segundo estimativa da Confederação Nacional de Saúde). A movimentação esperada para este e os próximos anos surge após a aprovação da Lei nº 13.097/2015 (ver aqui), que passou a permitir a participação de empresas de capital estrangeiro em serviços de saúde no país (clínicas, laboratórios e hospitais).

Em outubro de 2012, a maior operadora de planos de saúde dos EUA, a empresa de saúde americana UnitedHealth Group anunciou a compra de 90% da Amil, a maior operadora de planos de saúde do Brasil, ao preço de US$ 4,9 bilhões, o equivalente a R$ 9,89 bilhões, até então sob o controle do médico carioca Edson Bueno Godoy.

 

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