Estatísticas e Análises | 14 de outubro de 2021

Quase metade das mulheres deixou de consultar durante a pandemia, revela estudo

“A consulta regular com o médico mastologista permite muitas vezes identificar uma alteração na mama que a paciente poderia não perceber ou achar de pouca importância", ressalta a dra. Vivian Fontana
Outubro Rosa quase metade das mulheres deixou de consultar durante a pandemia, revela estudo

O mês de outubro é dedicado à conscientização das mulheres sobre a importância da prevenção e diagnóstico do câncer de mama e câncer do colo do útero. Nos dois últimos anos, os atendimentos ficaram dificultados em virtude da pandemia de Covid-19, o que acende um sinal de alerta: um estudo identificou que 47% das mulheres deixaram de frequentar o ginecologista ou o mastologista durante a pandemia. Intitulada de “Câncer de mama: tabu, falta de clareza sobre a doença, diagnóstico precoce e autocuidado”, a pesquisa foi realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da farmacêutica Pfizer.

Porém, com o aumento da população vacinada contra o coronavírus, o percentual de mulheres que voltaram a comparecer regularmente a um especialista também avançou. Em comparação com 2020, quando 27% do público analisado afirmou que seguia a frequência de consultas, em 2021 esse índice saltou para 42%. O novo levantamento foi feito entre os dias 7 e 23 de setembro e ouviu 1.400 mulheres a partir dos 20 anos, na cidade de São Paulo e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Recife e Belém.

Além do impacto na queda de atendimentos, a pesquisa também revela outro dado que merece atenção. Das entrevistadas, somente 42% alegaram que é preciso ficar atentas aos nódulos e caroços nos seios durante o autoexame. Vale lembrar que apenas tumores com mais de dois centímetros costumam ser identificados no toque e, por isso, é fundamental que as mulheres procurem atendimentos com frequência.

A mastologista do Hospital Divina Providência, Vivian Fontana (foto), salienta a importância dos cuidados preventivos. “Além do exame de mamografia anual para as mulheres acima dos 40 anos, é de fundamental importância manter uma rotina de vida que reúna hábitos saudáveis, como a prática de atividade física regular, alimentação equilibrada, evitar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas em excesso. Essas ações têm o poder de reduzir a chance de desenvolver um câncer de mama em até 30%”, destaca.

Além disso, a mastologista detalha os benefícios das consultas frequentes para prevenção e diagnóstico precoce. “A consulta regular com o médico mastologista permite muitas vezes identificar uma alteração na mama que a paciente poderia não perceber ou achar de pouca importância. Além disso, o mastologista é o médico que poderá indicar se é necessário realizar alguma avaliação além da preconizada de rotina, conforme a necessidade de cada mulher”, explica.

O acompanhamento médico e a descoberta precoce elevam consideravelmente as chances de cura. Por isso, os exames são importantes na rotina da mulher. “Avançamos muito nas últimas décadas com o tratamento do câncer de mama. Ter o diagnóstico de um câncer de mama não é uma sentença de morte e também não é uma sentença de que a mulher terá que ficar sem a mama. Há muitas opções de tratamento e esses tratamentos se tornam cada vez mais individualizados e cada vez mais apresentam maiores taxas de sucesso,” ressalta.

Câncer de mama causa 18 mil mortes por ano no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, a cada ano do triênio 2020-2022, mais de 65 mil novos casos de câncer de mama devem ser diagnosticados no país. Só no último ano, foram 66.280 ocorrências, um aumento de 29,7% de mulheres acometidas pela enfermidade. Dessas, 18.068 morreram.

 



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