Estatísticas e Análises | 28 de novembro de 2017

PUCRS e InsCer farão estudo inédito sobre consumo de cocaína tipo crack

Estudo em cooperação internacional com a Universidade do Texas – Health Science Center at Houston
PUCRS e InsCer farão estudo inédito sobre consumo de cocaína tipo crack

A PUCRS e o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) assinaram um acordo de cooperação internacional com a Universidade do Texas – Health Science Center at Houston (EUA) para um estudo inédito sobre dependência à cocaína tipo crack. Coordenado pelo pesquisador do InsCer e professor da Escola de Humanidades da PUCRS Rodrigo Grassi Oliveira e pelas pesquisadoras Joy Schimitz e Consuelo Walss Bass, da UTHealth, o estudo terá duração de cinco anos e possui três objetivos principais: promover o mapeamento genético de 1.000 usuários de crack e 1.000 controles (não usuários); avaliar o impacto da exposição à violência/estresse e como isso poderia “marcar” o DNA; e verificar se o vírus HIV poderia modificar o DNA dos usuários em regiões importantes para o funcionamento cognitivo e comportamental.

O orçamento é de 2,6 milhões de dólares e é proveniente do National Institute of Health (NIH) dos Estados Unidos. De acordo com Grassi Oliveira, o Developmental Cognitive Neuroscience Lab (laboratório que coordena) vem coletando sangue de usuários de cocaína tipo crack que se voluntariaram a ceder suas amostras para a criação de um grande biorepositório, contendo as duas mil amostras que serão avaliadas (incluindo controles).

O pesquisador ressalta que um dos principais ganhos do estudo é o de revelar novos alvos de intervenção que promovam meios de auxiliar o tratamento do usuário de crack. “Este é um projeto de descobertas e não necessariamente testar alvos pré-definidos. Queremos usar a alta tecnologia que dispomos nas duas universidades para investigar detalhadamente essas informações no DNA dos usuários e controles”, revela. Com os resultados, Grassi e sua equipe esperam apontar para o desenvolvimento de novas drogas ou tecnologias, implicando, inclusive, em políticas de prevenção. “O que vemos, em geral, é uma busca por tratamento quando o uso já está praticamente fora de controle. O trabalho incessante deve ser feito quando a dependência está se desenvolvendo, ou melhor, antes mesmo de aparecer”. O grupo ainda conta com pesquisadores da UFRGS, da UTHealth e os alunos de doutorado da PUCRS Breno Sanvicente Vieira e Thiago Wendt Viola.

VEJA TAMBÉM