Política | 17 de maio de 2019

Programa incentiva prefeituras a ampliarem horário de atendimento nas Unidades de Saúde da Família

Serão destinados recursos para a preparação das unidades e para o custeio
Programa incentiva prefeituras a ampliarem horário de atendimento nas Unidades de Saúde da Família

O Ministério da Saúde lançou na quinta-feira (16) o programa o Saúde na Hora, que tem como objetivo ampliar o horário de funcionamento das Unidades de Saúde da Família (USFs). O deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Pedro Westphalen, participou do evento e assinou junto ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a portaria de lançamento do novo programa.

Os municípios aptos receberão recursos do Governo Federal para ampliar o horário de atendimento à população na USF. O Rio Grande do Sul possui 2.363 UFS em funcionamento com atuação de 2.099 Equipes de Saúde da Família, cobrindo 60% da população (6,7 milhões), além de 971 Equipes de Saúde Bucal, alcançando 2,5 milhões de pessoas. Do total de USF abertas, o Ministério da Saúde estima que 88 estariam aptas a participar do novo programa por já possuírem 3 ou mais Equipes de Saúde da Família, o que é pré-requisito para adesão à ampliação do horário de atendimento à população.

“Atualmente, em todo país, as USF funcionam 40h semanais, essa iniciativa permitirá que população tenha mais acesso aos serviços da atenção básica e desafoga as emergências e UPAS. É um grande passo na saúde pública do Brasil”, destacou Westphalen.

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Os serviços incluem desde consultas médicas e odontológicas, coleta de exames laboratoriais, testes de rastreamento para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), triagem neonatal, aplicação de vacinas, acompanhamento pré-natal, entre outros procedimentos.

O secretário de Gestão Estratégica e Participativa, Erno Harzheim, reforçou que, além da ampliação do atendimento, a ideia é tornar a Atenção Primária mais resolutiva.”O programa vai reorganizar o atendimento ofertado nas unidades, como o número de equipes, horário de funcionamento e critérios mínimos para qualificar o atendimento à população, priorizando o cuidado às gestantes, crianças e idosos”, complementou.

“Com as unidades funcionando em horário estendido, nós esperamos desafogar os serviços de emergência, como prontos socorros e UPAs, onde a população busca atendimento em horários em que muitas vezes as Unidades de Saúde da Família estão fechadas, como no horário de almoço ou no fim da tarde, na volta do trabalho. A medida é mais um passo para a construção de um sistema público de qualidade, que contemple gradativamente toda a população do país”, destacou a ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Acesse a apresentação feita pelo ministro na atividade.


As USF deverão estar abertas no horário de almoço e à noite, podendo também abrir nos finais de semana. Para participar do Programa Saúde na Hora, os gestores municipais já podem solicitar adesão de suas unidades.


Como funciona o Programa

As secretarias municipais enviam proposta ao Ministério da Saúde, por meio do sistema E-Gestor, indicando quais são as USF que desejam adaptar para o modelo de horário estendido. Após análise e aprovação do pedido, o Ministério da Saúde repassa incentivo no momento de início do horário estendido:


PREPARAÇÃO DAS UNIDADES

R$ 22,8 mil para USF que optar pela carga de 60h sem atendimento odontológico e R$ 31,7 mil para USF que conta com equipes de saúde bucal.

Para as que optarem pelo turno de 75h semanais, serão repassados cerca de R$ 60 mil de incentivo.

Esses recursos devem ser usados para preparar as unidades que vão funcionar no novo formato.


CUSTEIO

No final do primeiro mês de funcionamento no novo horário, as unidades já passam a receber mais recursos para custeio das equipes.

As unidades que recebiam R$ 21,3 mil para custeio de até três equipes de Saúde da Família receberão cerca de R$ 44,2 mil e, caso optem pela carga horária de 60h semanais, receberão um incremento de 106,7% ao incentivo de custeio. Caso a unidade possua atendimento em saúde bucal, o aumento pode chegar a 122%, passando de R$ 25,8 mil para R$ 57,6 mil.

Já as unidades que recebem atualmente cerca de R$ 49,4 mil para custeio de seis equipes de Saúde da Família e três de Saúde Bucal e optarem pelo turno de 75h, receberão R$ 109,3 mil se aderirem à nova estratégia – um aumento de 121% no custeio mensal.


Critérios para adesão

Para aderir ao Saúde na Hora, as unidades deverão atender a alguns requisitos, como manter a composição mínima das equipes de Saúde da Família – com médico, enfermeiro, odontologista e auxiliar de enfermagem – sem reduzir o número de equipes que já atuam no município. A USF também deve funcionar sem intervalo de almoço, de segunda a sexta, podendo complementar as horas aos sábados ou domingos. Além disso, a unidade também deve ter o prontuário eletrônico implantado e atualizado.

Cada unidade participante da iniciativa deve ainda contar com um gerente da USF – profissional escolhido pelo gestor para administrar a unidade – e terá assegurado incentivo financeiro do Governo Federal para este Gerente. Este profissional deve se dedicar exclusivamente ao gerenciamento, desenvolvendo atividades como planejamento, gestão e organização do processo de trabalho, coordenação e integração da USF com outros serviços de saúde.

Após adesão, período máximo de 4 meses para prefeitura adequar unidades

Após início da participação no Saúde na Hora, os gestores municipais terão até 4 meses para adequar as unidades, caso contrário, podem ter suspensos os recursos adicionais referentes à participação no formato de atendimento ampliado.

Os gestores locais de saúde terão autonomia para indicar quais as unidades terão o horário de atendimento ampliado, dentro de critérios estabelecidos e de acordo com a demanda e realidade local. A medida também permite mais flexibilidade na organização da Atenção Primária à Saúde, como carga horária de profissionais da Estratégia Saúde da Família e Saúde Bucal, que poderão trabalhar em escala, intercalando equipes no atendimento à população. A carga horária mínima individual deve ser de 20h semanais para médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas.

A Atenção Primária é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), onde cerca de 80% dos problemas de saúde da população podem ser solucionados.

Com informações Ministério da Saúde, TV Brasil e assessoria do deputado Pedro Westphalen.

 

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