Geral | 17 de abril de 2013

Problemas com o IPE são discutidos pela Comissão de Negociação da FEHOSUL

Pauta envolvendo valores de diárias e taxas, problemas com PIN PAD e políticas de uso de materiais movimentaram o encontro desta semana
Problemas com o IPE sao discutidos pela Comissao de Negociacao da FEHOSUL

Integrantes da Comissão de Negociação da FEHOSUL, formado por representantes de prestadores de serviços credenciados ao IPE de diversas regiões do Estado, reuniram-se nesta quarta-feira, 17, na sede da Federação, para tratar de assuntos relacionados ao órgão estadual.

Na pauta do encontro, os profissionais trataram das dificuldades encontradas no relacionamento com o IPE. Um das constatações é o desconhecimento por parte dos prestadores de serviços quanto aos parâmetros definidos para os materiais glosados pelo IPE antes do atendimento aos usuários. A informação só é fornecida pelo órgão estadual depois que o paciente é atendido e a conta é enviada para pagamento e, consequentemente, glosada.

Para o Dr. Mauro Geyer, não é vantagem para o IPE divulgar quais são os critérios antes do atendimento, pois assim, o prestador se antecipa, alerta o beneficiário  e o convênio poderá ficar  mal visto pelos seus usuários.

Já para o Diretor Executivo da FEHOSUL, Dr. Flávio Borges, “é um direito dos prestadores de serviços saber quais são os parâmetros definidos pelo IPE antes mesmo de realizar o atendimento”, declarou.

O representante do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, Rogério Souza fez um estudo com a descrição dos materiais glosados na sua instituição pelo código 312 do IPE (pago com correção pela quantidade máxima prevista). Os exemplos utilizados para ilustrar o material representam a quantidade máxima que o órgão do governo estadual remunera determinados materiais, independente se o estabelecimento de saúde precisou utilizar um número maior, por alguma intercorrência no paciente.

O documento produzido por Souza será enviado para todos os integrantes da Comissão de Negociação que irão analisar a relação em seus hospitais e fazer comentários se a realidade se aplica também em seus estabelecimentos de saúde.

Tabelas de diárias e taxas

A representante do Hospital São Lucas da PUCRS, Elisa Koch, fez um estudo comparando os valores das tabelas das operadoras de saúde para diárias e taxas com a tabela do IPE. O dado selecionado foi a SulAmérica – uma das tabelas com menor valor de remuneração, segundo os participantes da reunião. Mesmo assim, os resultados são impressionantes.

A avaliação concluiu uma defasagem de diárias do IPE de 40% em relação à tabela da SulAmérica. As taxas ficaram com um déficit entre 50% e 60%; e as taxas de urgências e emergências ficaram com perdas entre 60% e 80%. Esses percentuais não são lineares.

Segundo o grupo, a remuneração de diárias e taxas é insuficiente e precisa de um realinhamento urgente. “É necessário um reajuste nos valores e uma definição de um indexador oficial anual para esse cálculo, que pode ser o IPCA”, defendeu o Diretor Executivo da FEHOSUL.

PIN PAD

O PIN PAD foi outro assunto da pauta do Comitê de Negociação. Todos os representantes foram unânimes em afirmar a necessidade de desvincular a remuneração dos prestadores do uso do PIN PAD. Segundo os prestadores de serviços, há usuários que tem três carteirinhas diferentes, com matrículas distintas e é isso gera problemas para o IPE fazer a remuneração.

Quando o usuário não utiliza o PIN PAD, por esquecimento, o IPE remunera os prestadores de serviços pela tabela de 1998. “Precisamos criar um mecanismo para desvincular o uso do PIN PAD com a remuneração dessa forma. O atendimento ao usuário é feita de maneira igualitária, com ou sem o PIN PAD”, defendeu Flávio Borges.

Os representantes dos prestadores de serviços voltam a reunir-se no início de maio, após uma análise dos dados apresentados na reunião desta quarta-feira, quando definirão as políticas de ação junto ao IPE.

Participaram do encontro representantes do Hospital de Clínicas; São Lucas da PUCRS; Hospital Divina Providência; Hospital Mãe de Deus; Hospital Ernesto Dornelles, todos de Porto Alegre; além de Hospital São Vicente de Paulo (Passo Fundo); Hospital Bruno Born (Lajeado); Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo (Santa Maria); Hospital Tacchini (Bento Gonçalves); e Laboratório Geyer (Porto Alegre).

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