Problemas com o IPE são discutidos pela Comissão de Negociação da FEHOSUL
Pauta envolvendo valores de diárias e taxas, problemas com PIN PAD e políticas de uso de materiais movimentaram o encontro desta semanaIntegrantes da Comissão de Negociação da FEHOSUL, formado por representantes de prestadores de serviços credenciados ao IPE de diversas regiões do Estado, reuniram-se nesta quarta-feira, 17, na sede da Federação, para tratar de assuntos relacionados ao órgão estadual.
Na pauta do encontro, os profissionais trataram das dificuldades encontradas no relacionamento com o IPE. Um das constatações é o desconhecimento por parte dos prestadores de serviços quanto aos parâmetros definidos para os materiais glosados pelo IPE antes do atendimento aos usuários. A informação só é fornecida pelo órgão estadual depois que o paciente é atendido e a conta é enviada para pagamento e, consequentemente, glosada.
Para o Dr. Mauro Geyer, não é vantagem para o IPE divulgar quais são os critérios antes do atendimento, pois assim, o prestador se antecipa, alerta o beneficiário e o convênio poderá ficar mal visto pelos seus usuários.
Já para o Diretor Executivo da FEHOSUL, Dr. Flávio Borges, “é um direito dos prestadores de serviços saber quais são os parâmetros definidos pelo IPE antes mesmo de realizar o atendimento”, declarou.
O representante do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, Rogério Souza fez um estudo com a descrição dos materiais glosados na sua instituição pelo código 312 do IPE (pago com correção pela quantidade máxima prevista). Os exemplos utilizados para ilustrar o material representam a quantidade máxima que o órgão do governo estadual remunera determinados materiais, independente se o estabelecimento de saúde precisou utilizar um número maior, por alguma intercorrência no paciente.
O documento produzido por Souza será enviado para todos os integrantes da Comissão de Negociação que irão analisar a relação em seus hospitais e fazer comentários se a realidade se aplica também em seus estabelecimentos de saúde.
Tabelas de diárias e taxas
A representante do Hospital São Lucas da PUCRS, Elisa Koch, fez um estudo comparando os valores das tabelas das operadoras de saúde para diárias e taxas com a tabela do IPE. O dado selecionado foi a SulAmérica – uma das tabelas com menor valor de remuneração, segundo os participantes da reunião. Mesmo assim, os resultados são impressionantes.
A avaliação concluiu uma defasagem de diárias do IPE de 40% em relação à tabela da SulAmérica. As taxas ficaram com um déficit entre 50% e 60%; e as taxas de urgências e emergências ficaram com perdas entre 60% e 80%. Esses percentuais não são lineares.
Segundo o grupo, a remuneração de diárias e taxas é insuficiente e precisa de um realinhamento urgente. “É necessário um reajuste nos valores e uma definição de um indexador oficial anual para esse cálculo, que pode ser o IPCA”, defendeu o Diretor Executivo da FEHOSUL.
PIN PAD
O PIN PAD foi outro assunto da pauta do Comitê de Negociação. Todos os representantes foram unânimes em afirmar a necessidade de desvincular a remuneração dos prestadores do uso do PIN PAD. Segundo os prestadores de serviços, há usuários que tem três carteirinhas diferentes, com matrículas distintas e é isso gera problemas para o IPE fazer a remuneração.
Quando o usuário não utiliza o PIN PAD, por esquecimento, o IPE remunera os prestadores de serviços pela tabela de 1998. “Precisamos criar um mecanismo para desvincular o uso do PIN PAD com a remuneração dessa forma. O atendimento ao usuário é feita de maneira igualitária, com ou sem o PIN PAD”, defendeu Flávio Borges.
Os representantes dos prestadores de serviços voltam a reunir-se no início de maio, após uma análise dos dados apresentados na reunião desta quarta-feira, quando definirão as políticas de ação junto ao IPE.
Participaram do encontro representantes do Hospital de Clínicas; São Lucas da PUCRS; Hospital Divina Providência; Hospital Mãe de Deus; Hospital Ernesto Dornelles, todos de Porto Alegre; além de Hospital São Vicente de Paulo (Passo Fundo); Hospital Bruno Born (Lajeado); Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo (Santa Maria); Hospital Tacchini (Bento Gonçalves); e Laboratório Geyer (Porto Alegre).