Gestão e Qualidade | 11 de novembro de 2013

Porto Alegre sediou evento de vanguarda nos tratamentos contra o câncer

Atividade do Hospital Mãe de Deus atualizou veículos e profissionais da Comunicação
O pesquisador Stephen Stefan, foi um dos palestrantes do evento

Para promover a integração entre veículos de comunicação e levar esclarecimentos aos profissionais sobre os mais recentes avanços na saúde, o hospital Mãe de Deus (HMD) realizou, nos dias 7 e 8 de novembro, a segunda edição do Encontro de Jornalismo do Instituto do Câncer. Representantes de veículos de todo o Brasil estiveram presentes, conheceram de perto a estrutura da instituição e conheceram novidades sobre tratamento e pesquisas.

Depois de um jantar de confraternização o oncologista e pesquisador Stephen Stefani abordou o tema Epidemiologia e Cenário do Câncer no Brasil e no Mundo.

Os custos do tratamento

“Só em Porto Alegre, temos 430 novos casos por 100 mil habitantes. Esse número alto é um problema mundial e o tratamento consome muita verba, é um orçamento explosivo. Não se pode pensar em cuidar da saúde e não pensar na fonte de recursos”, salientou o oncologista.

Dr. Stefani ressaltou que metade dos gastos com saúde são destinados a 20% dos beneficiários de planos de saúde e 80% são divididos para o SUS. Enquanto nos EUA 18% do PIB vai para a saúde, o Brasil só destina 9% para a mesma finalidade.

“Não se pode trabalhar de forma uniforme. O sistema público é bem construído para que todos tenham acesso, mas existe um subfinanciamento nítido que impede que se incorpore tecnologias recentes. Já o sistema privado ainda é muito suscetível à pressão comercial para incorporação de tecnologias”, analisou.

A importância da prevenção

Em seguida, o oncologista Sérgio de Azevedo tratou do tema “Avanços em Câncer: Raciocínio Científico e Conceitos”. Segundo ele, uma das principais causas de morte por câncer é a falta de cuidados básicos na prevenção, o que é fundamental para impedir o desenvolvimento dos tumores. “Várias doenças, além do câncer, deixam de oferecer risco de morte se o fator de risco é reconhecido no início, o que implica em saúde em geral para as pessoas”, considerou.

De acordo com o especialista, 80% dos casos provocados por tumores metastáticos não têm cura, mas o tratamento e o atendimento são imprescindíveis para melhorar a sobrevida do paciente. “Tudo o que puder ser usado para fazer a previsão da história natural do paciente deve ser incorporado na análise de cada caso”, acrescentou.

Porém, ele lembra que o avanço na medicina não pode ser o principal critério na escolha do método para cuidar do paciente. “Os médicos ainda têm dificuldade em dizer que, em determinadas situações, não é necessário esse ou aquele tratamento”. Dr. Azevedo lembra dos altos custos de novas drogas que, dependendo da pessoa, não produz um efeito satisfatório. Alguns remédios atuais podem custar até R$ 26 mil por mês.

Após as palestras, os participantes do encontro fizeram uma visita ao Centro de Radioterapia, PET CT e Unidade de Quimioterapia do Hospital Mãe de Deus.

VEJA TAMBÉM