Porto Alegre quer tornar a saúde “motor de desenvolvimento” da cidade
Erno Harzheim, secretário da saúde municipal destacou relação público-privado na áreaNo Grand Round do Hospital Moinhos de Vento e Johns Hopkins Medicine realizado no dia 28 de março, em Porto Alegre, o Secretário Municipal da Saúde, Erno Harzheim (foto) apresentou as diretrizes que a pasta pretende seguir na administração municipal e comentou sobre a importância do setor privado na prestação de serviços para a saúde da cidade. Para o secretário, Porto Alegre “tem que se transformar definitivamente num polo de prestação de cuidado médico mais forte do que já é” e, para isso, a secretaria pretende priorizar a atenção primária e integrar os processos públicos e privados, além de utilizar fortemente a tecnologia.
Integração público e privado
Conforme o secretário, “a saúde não pode ser fragmentada entre público e privado”, para ele, deve haver uma integração dos processos, no sentido de complementariedade e, dessa forma, beneficiar a todos, inclusive a medicina que gera oportunidades e empregos, com “mais desenvolvimento e menos pobreza”, comentou Harzheim. Com isso, a secretaria quer apoiar mais as instituições privadas da saúde para fazer com que Porto Alegre avance no sentido de ofertar mais serviços para pessoas não só da cidade, mas também da região Sul, e mesmo do Brasil. “Transformar a cidade de Porto Alegre numa cidade de turismo médico”, explicou Harzheim, “onde dá para oferecer serviços complementares que o Brasil mesmo tem dificuldade de oferecer”, completou.
O secretário tomou como exemplo a cidade de São Paulo, que consegue atrair pessoas do mundo todo na prestação de serviços de saúde, “temos que seguir na mesma linha. Isso tem que ser posto para cidade como um todo, para que possamos conseguir ter a prestação de serviço como um motor de desenvolvimento na cidade”, frisou Harzheim.
Sobre as diretrizes para a cidade, o secretário reforçou que a atenção primária à saúde é uma das prioridades da pasta. Para ele, a cidade deve “criar serviços de atenção primária que absorvam as demandas da população e para conseguir colocar as pessoas certas nos lugares certos”. Para isso, Porto Alegre deve construir serviços adequados “para que os profissionais permaneçam na unidade trabalhando com satisfação e que os pacientes os procurem com longitudinalidade e com mecanismos de coordenação do cuidado através do processo de regulação”, explicou o secretário. E isso envolveria gestão, regulação, autonomia e fortalecimento da participação do cidadão.
“As pessoas tem que ter um canal aberto para conseguir se manifestar que seja democrático e que tenha a ver com o momento que a gente vive hoje na contemporaneidade com esses dispositivos de comunicação que permitem que a gente saiba o que está acontecendo em vários lugares”, fala Harzheim.
Por fim, o secretário comentou que, para ele, o Brasil não tem um nível secundário de atenção à saúde desenvolvido, sendo a tecnologia uma das maneiras de se trabalhar essa carência. “Temos que suprir essa falta do nível secundário com tecnologia, trazer telemedicina para dentro da atenção primária, queremos fazer grandes unidades de atenção primária que tenham coleta e exames laboratoriais, que tenham raio X, que tenham tecnologia de telemedicina”, falou Harzheim. Com isso, o secretário espera poder colocar Porto Alegre num patamar ainda mais elevado.