Perfil | 11 de abril de 2017

Pneumologista do Hospital São Lucas representa Brasil em encontro em Madrid

José Miguel Chatkin participou de atividade da European Respiratory Society
Pneumologista do Hospital São Lucas representa Brasil em encontro em Madrid

No dia 27 de março, o chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), José Miguel Chatkin, participou de reunião da European Respiratory Society (ERS). Realizada em Madrid, a atividade faz parte de um projeto criado em 2015 pela ERS com o objetivo de investigar e propor estratégias de combate ao tabagismo nos países da América Latina, Portugal e Espanha. Presidente eleito da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o biênio 2019/2020, Chatkin apresentou os números e medidas implantadas no Brasil, responsáveis por ser considerado um caso de sucesso no setor, além da contribuição da PUCRS na área.

“Fomos a primeira instituição brasileira de ensino a ter um ambulatório exclusivamente dedicado à cessação do tabagismo. Ele está localizado no Hospital São Lucas desde 1999 e tem como público alvo funcionários, professores, alunos e a comunidade em geral. Além disso, somos a primeira universidade desse porte no país a ter o selo de Livre de Tabaco em seus prédios. A comunidade acadêmica docente e discente e demais funcionários apoiaram bastante estas iniciativas, sem as quais não se poderia ter alcançado este êxito”, salienta Chatkin.

O panorama do tabagismo no Brasil

O uso do tabaco traz sérias consequências tanto para a saúde quanto para a economia mundial. Segundo dados de 2013, o Brasil conta com 24 milhões de fumantes. Anualmente, as doenças ocasionadas por este consumo geram um gasto de mais de 21 milhões de reais com o atendimento de doenças tabaco-relacionadas.

Para vencer a batalha, o país implantou uma série de medidas que se mostraram efetivas e essenciais. O aumento de 113% na carga de impostos sobre o produto entre 2006 e 2013; decretos, leis e resoluções contra o fumo; campanhas de conscientização e exposição dos malefícios do cigarro; proibição de ações de marketing no setor e da existência de “fumódromos” são algumas das ações que auxiliaram na diminuição dos indicadores. Entre 2006 e 2014, aconteceu uma queda de 15,6% para 10,8% no número total de fumantes.

Percentualmente, os números nacionais estão abaixo da média latino-americana, mas ainda existem desafios a serem vencidos. Áreas como maior estrutura assistencial para atendimento de quem deseja parar de fumar, o que inclui profissionais treinados e medicação adequada e suficiente; regulamentação de cigarros eletrônicos e do narguilé; controle do comércio ilegal e substituição da agricultura do tabaco por outras formas de cultivo ainda precisam ser melhor trabalhadas.

VEJA TAMBÉM