Pfizer e Allergan desfazem acordo de fusão de US$ 160 bilhões
Pfizer terá de pagar multa de US$ 150 milhões pelo rompimentoA farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou, no dia 6 de abril, o cancelamento do acordo de US$ 160 bilhões com a Allergan, divulgado em novembro do ano passado. O cancelamento do acordo entre as empresas fabricantes do Viagra e do Botox representa, de certa forma, uma vitória para o presidente dos EUA Barack Obama, que pressionou pela redução das fusões que tem como objetivo reduzir a carga tributária paga pelas empresas, inclusive em movimentos de mudança de sede, uma iniciativa almejada pelas empresas.
Um dia após o Tesouro dos EUA revelar novas regras para evitar evasões de impostos, a decisão de encerrar o negócio foi confirmada. A fusão das duas multinacionais permitiria uma economia anual com custos tributários de US$ 1 bilhão à Pfizer.
A Pfizer admitiu que a desistência foi provocada pelas mudanças anunciadas pelo governo americano. Agora, terá de pagar uma multa de US$ 150 milhões pelo rompimento das negociações com a Allergan.
Obama classificou essa “fuga global de impostos” como um “grande problema” e salientou a importância de tomar medidas para evitar que companhias americanas realizem “inversões”, que reduzem suas contas tributárias, por meio de mudança de domicílio ao exterior.
A decisão da Pfizer é um revés para os esforços de longo prazo para superar o que Ian Read, executivo-chefe da gigante da indústria farmacêutica, chama de desvantagem competitiva com a concorrência estrangeira, que paga impostos significativamente menores.
Já o executivo-chefe da Allergan, Brent Saunders, por sua vez, comentou em comunicado que a companhia está decepcionada com a não confirmação da transação com a Pfizer.