Estatísticas e Análises | 1 de março de 2016

Pesquisa revela que áreas ao ar livre para fumantes também são prejudiciais

Estudo realizado no Hospital Moinhos mostrou que até as plantas são prejudicadas
Pesquisa revela que áreas ao ar livre para fumantes também são prejudiciais

O tabagismo é uma doença epidêmica responsável por cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil. Desde 1996, o Brasil conta com uma lei federal que restringe o uso – e também a propaganda – de produtos derivados de tabaco em locais coletivos, públicos ou privados, com exceção às áreas destinadas para seu consumo, desde que isoladas e ventiladas (também conhecidos como fumódromos).

Um estudo realizado no bosque do Hospital Moinhos de Vento revelou dados importantes sobre os efeitos prejudiciais do cigarro. Ao comparar a qualidade do ar da antiga área destinada a fumantes com uma área livre de tabaco, os pesquisadores concluíram que limitar o fumo a áreas externas pode dar uma falsa ilusão de que não ocasionará danos aos que não são fumantes.

A pesquisa mostrou que as árvores próximas aos locais onde se tolera o consumo do tabaco no Hospital apresentam maiores níveis de elementos como níquel e chumbo. Além disso, as plantas apresentaram acúmulo de elementos químicos nas folhas e alterações genéticas na formação de pólen. A quantidade de partículas suspensas no ar foi duas vezes maior na área reservada a fumantes, o que significa ar de pior qualidade.

O estudo realizado em parceria com a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) foi recentemente publicado na Environmental Science and Pollution Research International. O coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, Sérgio Luis Amantea, que conduziu o estudo, destaca dados impressionantes. “A Organização Mundial da Saúde estipula que a concentração segura de material particulado diária em um ambiente é de 25 mcg/m3. Nessas áreas os índices chegaram a 900mcg/m3, contrariando os conceitos de proteção por estar num ambiente aberto”.

“Esta conclusão contribuirá para que cada vez mais este Hospital seja realmente uma área livre de fumo. A pesquisa evidencia que os fumódromos causam malefícios até mesmo para quem não tem esse hábito”, destaca o superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social, Luciano Hammes.

Combate ao Fumo

Antes mesmo da pesquisa, que comprovou dados da literatura científica, o Hospital Moinhos de Vento já planejava não mais disponibilizar área para fumantes, mesmo que externamente. Hoje, o fumo é proibido em qualquer área do Hospital, e em toda a Instituição há sinalizações que indicam área livre de fumo.

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