Estatísticas e Análises, Mundo | 9 de dezembro de 2021

Pesquisa canadense abre uma possibilidade da descoberta do tratamento da ELA

Silvia Pozzi, da Universidade de Laval, Canadá, recebe o Prêmio Paulo Gontijo 2021 por citar pela primeira vez o anticorpo mononoclonal de comprimento total contra a proteína TDP-43, o que significa um caminho para tratar os neurônios
Pesquisa canadense abre uma possibilidade da descoberta do tratamento da ELA

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa devastadora e, até hoje, sem cura. Visando destacar estudos científicos que auxiliem na melhoria da qualidade de vida e busquem a cura dos pacientes com ELA, o Instituto Paulo Gontijo (IPG) entregou, terça-feira, 7 dezembro, o Prêmio Paulo Gontijo, que está na sua 13º edição, para a pesquisadora italiana Silvia Pozzi, com a pesquisa intitulada Monoclonal full-length antibody against TAR DNA binding protein 43 reduces related proteinopathy in neurons – Anticorpo monoclonal de comprimento total contra a proteína de ligação de DNA TAR 43 reduz a proteinopatia relacionada em neurônios”. O instituto brasileiro concedeu o prêmio de US$ 20 mil para incentivar seus estudos.

A cerimônia de premiação de 2021 se deu na abertura do Simpósio Internacional Anual sobre Esclerose Lateral Amiotrófica e Doenças do Neurônio Motor, que aconteceu direto Londres de modo virtual em função da pandemia do novo coronavírus.

Direto do Cervo Brain Research Centre, na Universidade de Laval, Quebec, Canadá, Silvia Pozzi se debruçou sobre as abordagens baseadas em anticorpos que têm sido consideradas intervenções terapêuticas eficazes e viáveis para diferentes doenças neurodegenerativas.

“Por esse motivo, produzimos e testamos a especificidade do alvo, a distribuição in vivo e a eficácia terapêutica de um anticorpo monoclonal de comprimento total gerado contra a proteína TDP-43”. Em condições normais, essa proteína pode se deslocar entre o núcleo e o citoplasma, mas na ELA permanece no citoplasma, onde foram agregados e se torna tóxica.

“Demonstramos a capacidade do anticorpo de atingir especificamente a proteína patológica no citoplasma das células. Injetamos o anticorpo em camundongos mutantes para TDP-43 e comprovamos que ele era capaz de diminuir os níveis dessa proteína, ativando vias degradativas dentro da célula”, explica Silvia.

O estudo apresenta a eficácia terapêutica e a viabilidade de um anticorpo de comprimento total contra a TDP-43 para o tratamento de ELA.

Segundo o presidente da Comissão de Jurados Internacional do IPG, o neurologista Professor Doutor Mamede de Carvalho, este estudo é inovador por abrir as portas da descoberta para tratamentos e terapias alternativas para os pacientes de ELA.

Prêmio Paulo Gontijo

O Prêmio Paulo Gontijo também conhecido como PG Award premia desde 2007 jovens pesquisadores a buscar a causa e a cura da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Foi idealizado em vida por Paulo Gontijo, que deixou como legado o incentivo à ciência por meio da pesquisa e da criação do Instituto Paulo Gontijo. As teses apresentadas para o prêmio são julgadas com rigor pela comissão de jurados do Instituto Paulo Gontijo (IPG), composta por cinco membros – pesquisadores reconhecidos pela comunidade científica e médica internacional. O Prêmio Paulo Gontijo também já reconheceu as melhores teses publicadas no Brasil nas áreas de Física, Química e Matemática, em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ligada ao Ministério da Educação, entre 2008 e 2011.

 



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