Empregabilidade e Aperfeiçoamento | 30 de maio de 2014

Parada cardiorrespiratória discutida no Moinhos de Vento

 Atividade foi realizada com a participação em videoconferência do Hospital Johns Hopkins
 Parada cardiorrespiratória discutida no Moinhos de Vento

O terceiro Grand Round do Hospital Moinhos de Vento, realizado no dia 27, no Anfiteatro Hilda Sturm do Hospital Moinhos de Vento, abordou a Parada Cardiorrespiratória, com a participação por videoconferência da Dra. Julianna Jung, do Departamento de Medicina de Emergência do Hospital Johns Hopkins. Os médicos do Hospital Moinhos de Vento, Carisi Polanczyk, chefe do Serviço de Cardiologia, o chefe do Serviço de Emergência, Paulo Schmitz e Sérgio Brodt, chefe do Serviço de Medicina Interna, foram os debatedores.

A Associação Americana do Coração define a parada cardiorrespiratória como um evento cardíaco de emergência que precisa de atenção imediata para que seja evitada a morte. É uma interrupção abrupta da função cardíaca em qualquer pessoa, com ou sem diagnóstico prévio de doença cardíaca – portanto, é um evento imprevisto. Porém, como mencionado pelo Dr. Sergio Brodt durante o evento, há sinais de instabilidade do paciente que prenunciam a parada, de forma que é possível diminuir o número de eventos com reconhecimento precoce dos sinais.

A parada cardiorrespiratória não é sinônimo de infarto ou ataque cardíaco. O infarto ocorre como resultado da interrupção do fluxo de sangue até o coração, enquanto a parada cardiorrespiratória resulta de um problema no sistema elétrico do coração, que pode ser causado, por exemplo, por irregularidades no ritmo cardíaco. Conforme o protocolo de parada cardiorrespiratória do Hospital Moinhos de Vento, o paciente que se encontra em parada não é responsivo e apresenta falta de movimentos respiratórios ou uma respiração agônica, além de ausência de pulso palpável.

A Dra. Jung discutiu dados do Brasil que indicam em torno de 200 mil casos de parada cardiorrespiratória a cada ano, sendo que a metade ocorre em hospitais. Nos melhores cenários, estima-se a sobrevida em 20% nos eventos ocorridos dentro de hospitais, embora esse número varie muito entre os diferentes centros e entre diferentes departamentos em um mesmo hospital – o que sugere que, em muitos casos, os processos de reanimação não são padronizados.

Conforme ressaltou a Dra. Carisi Polanczyk, os primeiros 3 a 5 minutos são decisivos para a sobrevivência. Portanto, a reanimação imediatamente após o evento – e a correta utilização da massagem cardíaca manual – é a intervenção mais importante para evitar a mortalidade. Esta medida é fundamental para o retorno da circulação espontânea e para determinar a sobrevida em curto e longo prazo e para reduzir o risco de sequelas neurológicas.

Para o sucesso dessa manobra, a Dra. Jung enfatizou os seguintes cuidados:

– Minimizar a interrupção entre as compressões

– Compressão em ritmo adequado (100 a 120 compressões torácicas/minuto)

– Compressão em profundidade adequada

– Permitir o recuo completo do músculo

– Evitar a hiperventilação (até 12 movimentos ventilatórios/minuto) para pacientes ventilados com ambu-máscara ou intubados

A mensagem final da Dra. Jung enfocou a importância do treinamento de todos os profissionais de saúde, médicos ou não médicos, nas medidas básicas de suporte, especialmente a compressão torácica.

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