Estatísticas e Análises, Gestão e Qualidade | 19 de maio de 2017

Observatório 2017 apresenta dados e análises dos hospitais privados

Setor Saúde conversou com Ary Ribeiro, conselheiro da ANAHP
Observatório 2017 apresenta dados e análises de hospitais privados

A Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) lançou durante evento na Hospitalar 2017 a 9ª edição do Observatório Anahp. A publicação anual decorre de uma extensa pesquisa entre os 86 hospitais membros da associação, e possui levantamentos, dados e análises do perfil mercadológico, epidemiológico e econômico-financeiro dessas instituições, além do impacto ambiental e da gestão de pessoas. O Setor Saúde acompanhou o lançamento da publicação.

Nesta edição, segundo o presidente do Conselho da Anahp, Francisco Balestrin, foi possível observar que 2016 foi um ano cauteloso, e que, com a renegociação de contratos e corte de despesas, o setor de hospitais conseguiu manter um equilíbrio financeiro, mesmo com a recessão no país. “Ficou evidente como os hospitais passaram a readequar as despesas e os planos de investimento, o que explica grande parte da melhora da receita e da margem líquida”, que caíra de 11,67% – em 2014 – para 10,66% no ano seguinte, e que em 2016 subiu para 11,10%.

Em relação às receitas a participação do Sistema Público de Saúde (SUS), vem caindo ano após ano. De 3,7% em 2014 para 3,1% em 2015. Em 2016 a queda continuou chegando a 2,7% das receitas. Atendimentos particulares representaram queda também, e em 2016, representou 4% das receitas. A saúde suplementar – através das operadoras – são responsáveis por 93,3% do total das receitas totais dos hospitais membros da Anahp.

Ary Ribeiro, conselheiro da Anahp e editor do Observatório 2017, afirmou que a publicação “se firmou como referencial para o setor de saúde suplementar. Ela é utilizada para balizar melhores práticas e para acompanhar os resultados”

Ary Ribeiro, conselheiro da Anahp e editor do Observatório 2017, afirmou que a publicação “se firmou como referencial para o setor de saúde suplementar. Ela é utilizada para balizar melhores práticas e para acompanhar os resultados”

 

Ary Ribeiro

Em entrevista ao Setor Saúde, Ary Ribeiro, conselheiro da Anahp e editor do Observatório 2017, afirmou que a publicação “se firmou como referencial para o setor de saúde suplementar. Ela é utilizada para balizar melhores práticas e para acompanhar os resultados”. Para o conselheiro, a partir dos dados de indicadores assistenciais que estão no Observatório “outras instituições podem analisar se seus resultados são adequados ou não; e as próprias instituições da Anahp, olhando a média podem se comparar e ver como podem melhorar”. Ary Ribeiro também é Superintendente de Serviços Ambulatoriais e Comercial do HCor, de São Paulo.

Nesta edição, estão disponíveis dados acerca do perfil mercadológico, como a queda no número de beneficiários de planos de saúde, mas também, sobre o envelhecimento da população e o seu impacto nos custos do atendimento; sobre o desempenho assistencial, onde são apresentados a estrutura e a produção anual dos hospitais, as análises dos indicadores operacionais, assistenciais, de qualidade e segurança, bem como apresenta e analisa os indicadores econômicos e financeiros das instituições membro.

Diante disso, Eduardo Amaro, vice-presidente da Anahp, – e proprietário do Hospital e Maternidade Santa Joana – destacou que o Observatório virou uma “referência dos indicadores”. Por fim, Ary Ribeiro comentou que esta edição é “uma peça de transparência, que oferece ao mercado indicadores a serem analisados e debatidos”.

Eduardo Amaro, vice-presidente da ANAHP

Eduardo Amaro, vice-presidente da ANAHP

 

Mais dados

A receita líquida por paciente-dia cresceu 18,1% em 2016, enquanto as despesas totais por paciente-dia subiram 15,4% no mesmo período. Balestrin ressalta no documento da Anahp (área Carta ao Leitor, página 6), que “os números refletem tanto o aumento dos preços do setor quanto a mudança do perfil dos pacientes”.

“Já a receita líquida por saída hospitalar cresceu 10,2% em 2016, enquanto as despesas totais por saída hospitalar subiram 10,1% no mesmo período. Quando é descontado o efeito do aumento de preços no setor de saúde e cuidados pessoais, nota-se uma queda real de 0,8% tanto da receita líquida por saída hospitalar quanto das despesas totais por saída hospitalar em 2016”.

Estratégias para conter o aumento de despesas, foi uma das principais soluções para os hospitais membros da ANAHP. Alguns dados elencados pelo presidente da ANAHP:

A participação do custo de pessoal, que responde por 45,8% do total das despesas hospitalares, caiu na comparação com 2015, reflexo principalmente da redução no ritmo de contratações e na rotatividade da mão de obra.

Os insumos hospitalares, que responderam por cerca de 40% da despesa total em 2016, apresentam tendência de redução na participação no total das despesas hospitalares.

Os setores de suprimentos dos hospitais têm atuado fortemente para a redução dos gastos médios com insumos hospitalares, mesmo diante do aumento dos preços dos produtos.

A participação da receita oriunda de diárias e taxas caiu em 2016, impossibilitando o processo de transposição de tabelas perante as operadoras de planos de saúde.

Também caiu a participação das receitas com OPME, fruto de ações conjuntas de prestadores e operadoras para reduzir os valores destes itens.

Houve estabilidade na participação da receita de medicamentos sobre a receita total e alta da participação da receita de materiais, enquanto a parcela dos demais itens na receita total ficou praticamente estável entre 2015 e 2016.

“Os dados indicam, portanto, que as receitas praticamente acompanharam a inflação do setor de saúde, enquanto as despesas foram administradas para fazer frente à crise econômica, de forma a garantir tanto a qualidade do atendimento como a sustentabilidade financeira dos hospitais privados”, explica Balestrin.

“A taxa de ocupação operacional em torno de 80%, a redução no tempo médio de permanência e a redução da taxa de pacientes de longa permanência evidenciam melhoras relevantes”, continua Balestrin. Em termos assistenciais, o presidente da ANAHP destacada “a melhora dos indicadores de incidência de infecção hospitalar, a estabilidade da taxa de conformidade de preenchimento dos prontuários e o avanço na adoção dos principais protocolos clínicos”.

Acesse o Observatório aqui.

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