Geral, Mundo | 9 de julho de 2015

O que você precisa saber sobre quatro tipos de cânceres ginecológicos

Saiba mais sobre os tipos e as chances desses tumores se desenvolverem
O que você precisa saber sobre quatro tipos de cânceres ginecológicos

Um diagnóstico de câncer em órgãos reprodutivos femininos pode gerar temor em relação à perda da feminilidade e da capacidade de ter filhos. No entanto, de acordo com o ginecologista Robert DeBernardo, diretor de Cirurgia Minimamente Invasiva do Instituto da Saúde da Mulher, na Cleveland Clinic, dos EUA, esses tumores não são comuns e muitas vezes podem ser tratados.

“Cânceres ginecológicos são raros quando comparados a outros órgãos, como pulmão ou cólon”, diz Dr. DeBernardo, no site da instituição norte-americana, segmentado para levar informações de saúde para a população. Ele ressalta, no entanto, que “eles são mais assustadores porque afetam os órgãos genitais da mulher”.

Em todos os casos de câncer ginecológico, as mulheres devem consultar especialistas. Obstetras/ginecologistas que não especialistas na área de oncologia, possuem pouco treinamento para tratar essas doenças. Ainda segundo a publicação, as pacientes podem ter melhores resultados se forem tratadas corretamente pelos profissionais de formação especifica.

Existem quatro tipos principais de cânceres ginecológicos que as mulheres devem discutir com seus médicos. Saiba mais sobre eles:

1. Câncer do endométrio

Se desenvolve no revestimento do útero (endométrio). De acordo com a American Cancer Society, é um dos tumores mais comuns. Entre 80% e 90% das mulheres conseguem superá-lo, pois é frequentemente diagnosticado no início. A causa é desconhecida, mas está ligada a vários fatores de risco. Muitos estão associados com o equilíbrio entre estrogênios e progesterona. O principal sintoma é, justamente, a razão pela qual esse tipo de câncer é mais frequentemente diagnosticado precocemente. “90% das mulheres que têm câncer do endométrio revela um sangramento anormal, geralmente após a menopausa “, explica o Dr. DeBernardo. “Elas vão ter muito sangramento ou uma coloração rosa em suas roupas íntimas”. Testes, tanto invasivos quanto não invasivos, podem identificar a doença. A cirurgia, incluindo uma histerectomia (retirada do útero), é o principal tratamento, mas radioterapia, terapia hormonal e a quimioterapia podem, por vezes, serem utilizadas. As mulheres podem reduzir o risco usando contraceptivos orais, controlando o peso e o diabetes.

2. O câncer de ovário

O mais mortal câncer ginecológico é raro. Anualmente, cerca de 20 mil casos são diagnosticados nos EUA. Quando descoberto no início, até 95% das pacientes podem ser facilmente curadas. Mas 70% são diagnosticadas em estágios avançados. O câncer de ovário ocorre mais comumente em mulheres na faixa dos 50 anos, mas pode atingir mulheres com menos de 35. A causa subjacente permanece desconhecida, mas as mulheres com uma predisposição genética podem considerar uma histerectomia como medida de precaução, diz o especialista. Mulheres que tomam contraceptivos orais têm um risco ligeiramente mais baixo, assim como aquelas que tenham sido submetidas à ligadura de trompas. Uma dieta com pouca gordura  também diminui o risco. O câncer de ovário frequentemente passa despercebido porque os sintomas imitam outras condições menos graves. Sem uma triagem, os sintomas podem levar a um diagnóstico de síndrome do intestino irritado, doença de Crohn ou problemas na vesícula biliar. O principal tratamento para o câncer de ovário é a remoção dos ovários. É importante relatar ao médico, qualquer sangramento irregular, dor ou outros sintomas.

3. O câncer cervical

Um dos cânceres ginecológicos dos menos comuns, em grande parte, devido a triagens sofisticadas e vacinas. Exames adequados (como Papanicolau) – e vacinas contra o HPV em mulheres entre 9 e 26 – evita cerca de 10 mil casos de cânceres anualmente, diz o Dr. DeBernardo. “Enquanto as mulheres estiverem sendo examinadas, elas têm riscos cada vez mais baixos, por causa da capacidade de identificar e tratar a doença antes de se tornarem mais graves”, diz ele. “A maioria dos problemas são diagnosticados como pré-cancerosos e erradicados facilmente”. O primeiro exame de Papanicolaou deve ser feito em torno dos 21 anos. Aquelas sem histórico de testes anormais podem ser examinadas a cada três anos, e se mantiverem o quadro depois dos 30 anos, podem fazer o rastreio a cada cinco anos. Quando o câncer é encontrado cedo, mais de 90% das mulheres têm uma taxa de sobrevida de cinco anos. Há muitos fatores de risco associados, como HPV, HIV e tabagismo. Câncer do colo do útero em estágio inicial é indolor e sem sintomas. Conforme a doença progride, podem ocorrer irregularidades na menstruação. O tratamento é baseado em quão avançada está a doença, a idade da paciente e a saúde em geral. Radioterapia, quimioterapia e cirurgia são os principais tratamentos.

4. Câncer de vagina

Os lábios – parte externa da genitália – também pode desenvolver câncer. Embora raro – um dos cânceres ginecológicos menos conhecidos – é facilmente tratado se detectado precocemente. A doença em estágio avançado pode ocorrer em mulheres idosas, se não forem submetidas a exames regulares. De acordo com a American Cancer Society, o câncer vaginal é responsável por apenas 4% dos cânceres ginecológicos. As mulheres entre 70 e 80 anos estão em maior risco, mas as mais jovens também podem desenvolver o tumor. Os fatores de risco incluem infecção por HPV ou histórico de verrugas genitais ou exames de Papanicolau anormais. Em geral, ele não apresenta sintomas, mas o mais comum é a coceira constante no local.

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