Novo tratamento anti-hormonal diminui risco de morte no câncer de próstata em 38%
Estudo foi apresentado durante a conferência da American Society of Clinical OncologyA adição de uma nova droga anti-hormonal ao tratamento tradicional contra o câncer de próstata reduziu em até 38% o risco de morte entre os pacientes, segundo dois estudos apresentados na conferência anual da ASCO – American Society of Clinical Oncology, o maior congresso mundial sobre câncer.
A molécula abiraterona (Zytiga) combinada com a prednisona, a terapia anti-hormonal para os homens diagnosticados com um tumor na próstata, também permite atrasar em 18 meses (de 14,8 para 33 meses) o avanço deste câncer, afirma a pesquisa chamada LATITUDE. Conduzida pelo médico Karim Fizazi, chefe do Serviço de Oncologia do Instituto Gustave Roussy, de Paris, a pesquisa foi realizada com 1.200 pacientes em 34 países entre fevereiro de 2013 e dezembro de 2014.
Fizazi destacou a enorme necessidade, atualmente não atendida, “de melhorar o tratamento dos homens recém-diagnosticados com um câncer de próstata metastático, que atualmente morrem em menos de cinco anos”. O médico lembrou que os tratamentos para o câncer de próstata não evoluíram muito nos últimos 70 anos. Em quase todos os casos, o câncer de próstata é um tumor hormônio-dependente cujo desenvolvimento depende da testosterona. Para tratá-lo, é necessário evitar que o hormônio alcance seus alvos.
Os tratamentos anti-hormonais clássicos conseguem conter a doença durante um longo tempo, mas o câncer pode desenvolver uma resistência a esses medicamentos e invadir os ossos, provocando dores e fraturas, além da complicação da doença. De um modo geral, o Zytiga é bem tolerado e apresenta poucos efeitos colaterais, embora em alguns casos, possam ser graves como hipertensão arterial e diabetes.