Novartis, Merck e Allergan aumentarão o preço de mais de 100 medicamentos nos EUA
Os preços dos medicamentos prescritos são mais altos nos Estados Unidos do que em outros países desenvolvidos
As empresas farmacêuticas Novartis, Merck e Allergan aumentaram os preços, nos Estados Unidos, em mais de 100 medicamentos. Agora, no total são 445 medicamentos que custarão mais em 2020, segundo dados analisados pela empresa de pesquisa em saúde 3 Axis Advisors.
O número registrado está acima da média dos 404 aumentos nos preços dos medicamentos nos três primeiros dias de janeiro, nos últimos cinco anos. Quase todos os aumentos de preços estão abaixo de 10%, com o aumento médio de preços em torno de 5%, de acordo com a 3 Axis.
A farmacêutica suíça Novartis elevou os preços de quase 30 medicamentos, incluindo o tratamento para psoríase Cosentyx e o medicamento para esclerose múltipla Gilenya, disse a 3 Axis. A maioria desses aumentos estava na faixa de 5,5% a 7%.
A Novartis disse que, enquanto eleva os preços de tabela de cerca de 7% de seus medicamentos nos EUA, após descontos e abatimentos a pagadores comerciais e governamentais, acredita que terá uma queda efetiva de 2,5% no preço líquido em 2020.
A farmacêutica norte-americana Merck aumentou os preços de cerca de 15 medicamentos, incluindo os medicamentos para diabetes Januvia e Janumet, em torno de 5%, disse a 3 Axis.
O preço de tabela de sua imunoterapia contra câncer mais vendida, Keytruda, que deve contabilizar mais de 13 bilhões de dólares em vendas em 2019, foi aumentado em 1,5%.
A Merck disse em comunicado que os aumentos são consistentes com seu compromisso de não aumentar os preços líquidos dos EUA em valor superior ao da inflação, anualmente.
A Allergan, sediada na Irlanda, que está sendo adquirida pela rival AbbVie por mais de 60 bilhões de dólares, disse que aumentará os preços de 25 medicamentos em 5% e de mais dois medicamentos em 2 a 3%.
A Reuters informou anteriormente que a Pfizer, Bristol-Myers Squibb e AbbVie estavam entre as farmacêuticas que aumentaram os preços de mais de 330 medicamentos logo no início de 2020.
Os crescentes custos de assistência médica para os consumidores dos EUA e os preços dos medicamentos prescritos para o cliente particular (cliente sem benefícios) devem ser novamente uma questão central na campanha presidencial de 2020 no país. Sob pressão de políticos e pacientes, muitos fabricantes de medicamentos de marca se comprometeram a manter os aumentos anuais de preços nos EUA abaixo de 10% ao ano.
Os preços dos medicamentos prescritos são mais altos nos Estados Unidos do que em outros países desenvolvidos, onde os governos controlam direta ou indiretamente os custos, tornando o mercado americano o mais lucrativo do mundo para os fabricantes.
Os fabricantes de medicamentos geralmente negociam abatimentos ou descontos em seus preços de tabela em troca de tratamento favorável de seguradoras de saúde e de outros prestadores de serviços de saúde. Como resultado, seguradoras e pacientes cobertos por planos de saúde raramente pagam o preço de tabela completo (“preço cheio”) de um medicamento.
Em abril, preço dos medicamentos no Brasil teve aumento máximo autorizado de 4,33%
No Brasil, o índice definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que passou a valer a partir de abril, foi de 4,33% de aumento máximo. Para chegar ao índice, a CMED observa fatores como a inflação dos últimos 12 meses (IPCA), a produtividade das indústrias de medicamentos (X), custos não captados pela inflação, como o câmbio e tarifa de energia elétrica (Y) e a concorrência de mercado (Z), conforme determina o cálculo aderido desde 2015, ano em que o Ministério da Saúde, a Anvisa e os demais Ministérios que compõem a CMED passaram a adotar critérios para melhor adequar o índice à realidade do mercado farmacêutico, favorecendo a concorrência.
Com informações da Medscape e Ministério da Saúde. Edição do Setor Saúde.