Tecnologia e Inovação | 19 de dezembro de 2017

Nova tecnologia é capaz de matar tumores e navegar pelo corpo humano sem precisar de bateria

Microrrobô é feito de alga, tem forma de mola e se movimenta por imãs
Nova tecnologia é capaz de matar tumores e navegar pelo corpo humano sem precisar de bateria

Um grupo de cientistas chineses desenvolveu um microrrobô capaz de levar substâncias para partes específicas do corpo humano e realizar pequenas cirurgias. Ele é feito de alga, tem forma de mola e se movimenta guiado por ímãs.

A tecnologia criada pela equipe de Li Zhang, da Universidade Chinesa de Hong Kong, é uma alga em formato de espiral, chamada de espirulina (Spirulina platensis). Seu formato permite que o dispositivo se desloque pelas moléculas do corpo, com propulsão por giro e capacidade de fazer curvas.

Para localizar o robô durante cirurgias, a espirulina produz um brilho fluorescente, que permite que seja rastreada quando se move dentro do corpo. Em ações mais profundas, a equipe de Li Zhang consegue rastrear a espirulina utilizando ressonância magnética nuclear, tecnologia que serve para detectar partículas administradas à pacientes

Ele não precisa de bateria ou combustível para funcionar.  Para andar pelo corpo, o microrrobô é coberto com milhões de nano-partículas de óxido de ferro para ser guiado por ímãs do lado de fora do corpo. Os campos magnéticos criados fora do corpo podem penetrar o tecido vivo sem causar prejuízos.

Uma das grandes vantagens de usar uma alga para explorar o corpo é o fato de ela ser biocompatível. A espirulina se degrada no corpo em algumas horas ou dias, dependendo da densidade do revestimento magnético, além de não danifica as células do organismo. Assim, não há risco caso ela se perca e há necessidade de retira-la do corpo.

Veja o vídeo explicativo: (Em Inglês)

Tumores

A espirulina é tóxica apenas para células cancerígenas. Em experimentos, cerca de 90% dos tumores foram aniquilados após serem expostos à espirulina pelo período de 48 horas.

“O comportamento (de matar células cancerígenas) parece ser uma característica interessante e inesperada”, disse o físico-químico Peer Fischer, do Instituto Max Planck da Alemanha, para a revista Science.

Entretanto, ainda há muitos aperfeiçoamentos a serem feitos. O microrrobô precisa mostrar que é capaz de carregar cargas, como medicamentos, e entregar de forma mais eficiente que injeções ou comprimidos. A tecnologia já foi testada em estômago de ratos.

 Com informações da revista Science e Uol Notícias.  Edição Setor Saúde.

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