Mundo | 26 de janeiro de 2015

Nova Esperança para a recuperação de AVC

Pesquisadores acreditam que é possível minimizar os danos após um derrame 
Nova Esperança para a recuperação de AVC

Uma pesquisa da Universidade Johns Hopkins apontou maneiras promissoras para treinar o cérebro e recuperar a independência perdida em casos de AVC. A boa notícia sobre o AVC é que, segundo a pesquisa, mais pessoas estão sobrevivendo a um acidente vascular. A má notícia, por outro lado, mostra que até 60% dos pacientes que ficam com deficiências (como impossibilidade de usar um braço ou perna) poderiam ter seus problemas minimizados se tivessem recebido tratamento adequado de reabilitação.

“Quando falamos sobre a recuperação, nós realmente estamos falando sobre como o sistema nervoso se adapta ao perder uma parte do funcionamento do cérebro”, explica o especialista da Johns Hopkins, Steven Zeiler.

Os pesquisadores descobriram que ratos submetidos a um treinamento que “reestrutura” uma parte diferente do cérebro podem se recuperar fisicamente de derrames debilitantes que danificam o córtex motor primário, região do cérebro que controla o movimento do corpo.

“Pacientes com AVC ainda têm uma alta probabilidade de ficarem com sequelas. Esta pesquisa nos dá a oportunidade de testar o treinamento físico e farmacológico para incentivar a recuperação da função, e deve impactar o atendimento”, comentou Zeiler.

A equipe treinou ratos normais e famintos a alcançarem comida de uma forma precisa, que evitava derramar ou desperdiçar, e os que conseguissem, ganhavam recompensas. A tarefa era difícil de dominar, segundo os especialistas, mas os ratos atingiram o máximo de precisão, depois de sete a nove dias de treinamento. Em seguida, os pesquisadores geraram pequenos AVCs experimentais que deixaram os ratos com lesões no córtex motor primário. A precisão para alcançar e agarrar o alimento desapareceu, mas com uma semana de reciclagem – que começou apenas 48 horas após o AVC -, levou os ratos a novamente realizar com sucesso a tarefa com um grau de precisão comparável ao de antes do derrame.

Estudos posteriores mostraram que, apesar de muitas células nervosas no córtex motor primário terem sido danificadas permanentemente, outra parte do cérebro (córtex pré-motor medial) se adaptou para controlar o alcance da comida. Os pesquisadores ainda relataram que os ratos saudáveis treinados para alcançar e agarrar o alimento não perdem essa habilidade depois de sofrerem um AVC no córtex pré-motor medial. Isso sugere que esta parte do cérebro normalmente não desempenha nenhum papel nessas atividades.

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