Estatísticas e Análises | 13 de setembro de 2016

No Brasil 55% dos pacientes de UTI que adquirem sepse morrem

Entre as ccausas estão a falta de controle no uso de antimicrobianos e a medidas de prevenção
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A sepse é um dos grandes desafios enfrentados pelas instituições de saúde. De acordo com um estudo feito pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), a expectativa de ocorrência de sepse no Brasil vai de 400 a 500 mil casos por ano. A mortalidade desses pacientes na UTI é de 55%, portanto de 200 a 240 mil pessoas chegaram ao óbito em decorrência dessa complicação. O dia de conscientização para o problema é 13 de setembro, considerado o Dia Mundial da Sepse.

Gestores têm papel fundamental

Uma gestão que se preocupa com a segurança do paciente e a qualidade no serviço oferecido tem maior chance em reduzir esse número, conforme explica a Dr.ª Maria Carolina Moreno, superintendente da Organização Nacional de Acreditação (ONA). “É muito importante que os hospitais desenvolvam o protocolo de sepse e busquem sempre a melhoria contínua. Além disso, o gestor deve engajar sua equipe afim de que as decisões sejam tomadas em tempo hábil. Uma equipe preparada e focada no paciente consegue ter melhores resultados”, afirma. A ONA certifica a qualidade de serviços de saúde no Brasil, com foco na segurança do paciente, utilizando metodologia de acreditação reconhecida pela ISQua (International Society for Quality in Health Care), associação parceira da OMS e que conta com representantes de instituições acadêmicas e organizações de saúde de mais de 100 países.

Cultura de segurança do paciente e no controle da qualidade

Para evitar que uma infecção já estabelecida progrida para sepse, deve-se diagnosticar precocemente a infeção e trata-la de forma adequada, de acordo com a Dr.ª Flávia Machado, coordenadora geral do Instituto Latino Americano de Sepse.

“Além do problema da sepse adquirida na comunidade, no Brasil temos muita infecção hospitalar devido à falta de controle no uso de antimicrobianos e a medidas de prevenção que não são feitas da forma adequada. Entretanto, o que mais chama atenção na comparação do Brasil com outros países não é a incidência, ou seja, o número de casos por ano, mas sim a mortalidade”, explica.

Ela menciona ainda a boa evolução dos casos de sepse em hospitais que possuem cultura de segurança do paciente e no controle da qualidade. “Os hospitais que estão envolvidos em programa de melhoria de qualidade, principalmente em termos da implementação de protocolos específicos para sepse, com certeza conseguem reduzir a ocorrência de casos mais graves. Muitos hospitais claramente reduziram a mortalidade depois da implementação de protocolos de sepse baseados em detecção precoce, ou seja, na presença dos critérios de resposta inflamatória e de disfunção orgânica”, garante Flávia.

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