Empregabilidade e Aperfeiçoamento, Gestão e Qualidade | 16 de janeiro de 2017

Não espere para ser perguntado: lidere

Cinco dicas para aumentar a sua influência no trabalho
Não espere para ser perguntado lidere

Em hospitais e grandes centros de saúde, a diversidade de profissões e suas formações técnicas – área assistencial, de tecnologia, financeira, marketing, administrativa – é um desafio a mais quando se fala em liderança. Mas aqueles que desejam adquirir experiência como líderes não podem deixar que barreiras como esta sejam impeditivas para promover a participação ativa dos seus integrantes.

Em muitas organizações, quando os colaboradores são questionados em relação ao que poderia melhorar no trabalho, é provável que uma avalanche de pontos de vista surjam. O site da empresa é ruim; é hora de repensar a estratégia de crescimento; por que alguns clientes potenciais são negligenciados; e muitas outras críticas.

Quando a situação está assim, é preciso mudar. Como lembra Harry M. Jansen Kraemer, Jr. (foto) , especialista em estratégia da Kellogg School of Management, “há algum grupo mágico de pessoas chamado ‘esses caras’, que são homens e mulheres, e temos que estar preparados”. Ele escreveu o livro From Values to Action: The Four Principles of Values-Based Leadership (ainda não lançado em português), onde fala sobre o conceito de liderança e cultura baseada em valores.

O caminho melhor, diz ele, é perder o manto de magia em torno deste grupo e simplesmente se tornar parte dele. “As pessoas que são realmente líderes – os líderes natos – são as pessoas que literalmente dizem: ‘Bem, espere um minuto. Eu sou um desses ‘caras’”. O especialista aponta um guia para futuros líderes que procuram mudar suas organizações agora.

1 Lidere de onde você está

Se você trabalha para uma organização, não importa o seu papel, você já tem toda a influência necessária para começar a liderar, diz Kraemer. “Quando eu abordo este tópico, muitas vezes as pessoas mais jovens vão dizer: ‘Eu realmente quero ser um líder, mas eu tenho um pequeno problema: eu não tenho ninguém se reportando a mim. Quando eu receber o telefonema informando que eu tenho agora alguns subordinados, eu vou acelerar e começar a liderar'”. Mas a liderança não exige funcionários diretos, ou uma longa permanência em uma organização, diz Kraemer. Você é igualmente capaz de liderar “se você tem 50 mil pessoas abaixo de você ou ninguém”.

2 Comece a oferecer soluções

Se você encontrou alguns problemas, siga em frente. Leve-os ao seu chefe. Mas também sugira uma ou duas soluções. No início de sua carreira, Kraemer tinha um chefe que recompensou seus contatos diretos através de um sistema de pontos: um ponto por mencionar um problema, mil pontos para trazer uma solução. “Se eu chegar ao meu chefe e disser, ‘aqui está um problema ou uma oportunidade’ sem chegar a pelo menos uma solução, não há muita recompensa. Mas se eu mostrar pelo menos uma ou duas soluções potenciais, eu estou liderando. Eu posso estar ciente do fato de que meu chefe tem quinze anos de experiência, onde eu só tenho quinze semanas. A empresa pode decidir fazer algo muito diferente no final, mas eu não estou apenas assistindo o filme. Eu estou participando do filme”, compara.

Em outras palavras, suas soluções podem ser terríveis. Elas podem ser impraticáveis. Mas o próprio ato de gerar soluções anuncia a si mesmo e aos outros que você é uma pessoa que quer fazer as coisas, demonstra interesse com o negócio e proatividade. Basta estar ciente de que agir sobre os problemas, ao invés de simplesmente encontrá-los, exige posicionamento firme. “É muito, muito mais fácil se acomodar e falar sobre todas as questões”, diz Kraemer. Ser um líder, diz ele, exige adotar a mentalidade de, “eu realmente tenho que sair da minha zona de conforto e ser responsabilizado, assumir a responsabilidade e lidar com as consequências”.

3 Faça sua pesquisa

Aprenda tudo o que puder sobre sua organização, mesmo se – especialmente se – ela parecer ter pouco ou nada a ver com sua própria posição. Fique atento às informações que você normalmente não pode ter. Que programas, divisões ou forças-tarefas especiais podem estar operando que você nem sabe?

Quando Kraemer era analista financeiro da empresa Baxter International – que fabrica produtos médicos – , ele estava na fila de um supermercado quando um conhecido lhe perguntou o que ele achou da recente aquisição feita pela Divisão A? “Eu não sabia que tínhamos feito uma aquisição”, comentou. “Minha verdadeira frustração ou constrangimento foi que eu nem percebi que a Divisão A fazia parte da Baxter. Eu disse: ‘Espere um pouco. Esse é o último dia que algo assim vai acontecer”.

Kraemer começou a ouvir as gravações da teleconferência trimestral, disponibilizada aos interessados, onde a diretoria da empresa respondia a perguntas de acionistas e analistas. Sempre ao ouvir o material, ele refletia sobre como ele responderia à pergunta.

4 Construa sua rede

Como parte de sua pesquisa, conheça duas ou três pessoas em cada função, divisão e unidade de negócios de sua organização, quem são os colegas de outros setores, etc. A ideia é criar uma “grande rede em todas as áreas da organização”.

Isso leva tempo, especialmente quando você também está conduzindo suas funções diárias. Se voluntariar para projetos especiais é muitas vezes um bom ponto de partida. Mesmo algo tão informal como oferecer assistência a um membro da equipe em outro departamento pode ser uma janela em processos complexos e problemas enfrentados por outras partes da organização.

Não se deve se preocupar com quem está ajudando ou quão alto eles estão na hierarquia organizacional, diz Kraemer. Não pense, “o que eu ganho com isso?”, basta chegar a quem você acha que pode ajudar e aprender o que puder sobre a organização durante esse processo.

5 Incentivar futuros líderes

Ao praticar a liderança ativa, faça o possível para inspirar os outros a fazerem o mesmo. Onde quer que você está, incentive aqueles ao seu redor a falar, oferecer soluções e assumir projetos especiais que irão expandir suas próprias redes e compreensão.

“Naturalmente, capacitar seus colegas para liderar é um ato de liderança por direito próprio. Mas também funciona para consolidar a sua posição como um centro integral em sua organização. Se cada uma das suas conexões é incentivada a ter três ou quatro conexões próprias, em breve você terá acesso a uma rede altamente robusta”, destaca o artigo.

Este nível de conectividade e consciência irá torná-lo melhor em seu papel atual. “Sim, você é bom em sua área ou sua função, mas também entende muito bem como sua área se encaixa na organização como um todo”, diz Kraemer.

Em última análise, a amplitude de suas conexões – e sua vontade de usá-las para fazer as coisas – pode finalmente dar-lhe influência suficiente para corresponder às suas ambições. Kraemer encerra o artigo questionando:

“Você quer ser um profissional de recursos humanos fenomenal que trabalha para sua organização, ou você quer ser uma das pessoas que dirigem sua organização, e que ainda, entre outras coisas, sabe muito sobre recursos humanos?”.

Assista ao From Values to Action (vídeo em inglês, de Kraemer), onde o executivo fala de sua passagem pela Baxter, e a origem de seus conceitos:

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