Estatísticas e Análises | 7 de abril de 2023

Mundo vive “boom” de doenças respiratórias

Queda na cobertura vacinal e baixa imunidade provocada pela pandemia da Covid-19 potencializam transmissão e evolução de doenças virais, especialmente com a chegada da estação fria
Mundo vive “boom” de doenças respiratórias

Unidades de Pronto-Atendimento e Centros de Saúde lotados, sobretudo por crianças e idosos, anunciam que, com a proximidade das estações mais frias, já está aberta a temporada das doenças respiratórias. Após a pandemia da Covid-19, porém, este é um cenário comum nos hospitais de todo o mundo, independentemente da época. Com a queda na cobertura vacinal para doenças como pneumonia e influenza, além da baixa imunidade geral provocada pelo novo coronavírus e o isolamento social, as doenças virais estão cada vez mais fortes e contagiosas.

Neste Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, especialistas alertam para a importância de não negligenciar os cuidados com a higiene e, principalmente, o calendário vacinal, estando sempre atentos aos sintomas e às medidas essenciais para a prevenção.

Segundo o Coordenador Médico de Análises Clínicas do São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica (Dasa), Márcio Nunes da Silva, a queda nas temperaturas e a redução da imunidade, em decorrência também do tempo seco e da umidade relativa do ar, favorecem a disseminação dos vírus causadores de infecções respiratórias. Com isso, seguem aumentando os casos de gripe, resfriado, Covid-19 e aqueles provocados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Outras doenças como sinusite, pneumonia, rinite, crises de asma e bronquite também apresentam um aumento considerável.


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Sintomas comuns 

Tosse, nariz escorrendo, dores no corpo e febre são sintomas comuns a essas diferentes doenças respiratórias, o que costuma dificultar o diagnóstico, prejudicando assim o tratamento mais adequado. Para diferenciá-las, o médico afirma que já existem exames moleculares simples, mas altamente eficazes, capazes de identificar os microrganismos causadores da infecção. “No São Marcos, são disponibilizados dois painéis respiratórios: um contendo a pesquisa de 16 tipos de vírus, incluindo o coronavírus, porém, não o SARS-CoV 2, e outro com a pesquisa de 4 vírus, sendo avaliada também a Covid-19”, explica.

O Laboratório Lustosa também disponibiliza o painel com 4 vírus e outro com a pesquisa de 24 agentes, entre vírus e algumas bactérias, incluindo o SARS-CoV2. “Todos os painéis são realizados pela metodologia de PCR em Tempo Real (método de biologia molecular) e a coleta é feita por meio da introdução de um swab (cotonete) na nasofaringe, da mesma forma como é realizada a coleta para a detecção do SARS-CoV2. O ideal é que sejam realizados em pacientes com até cinco dias de sintomas”, complementa o médico.

De acordo com Márcio Nunes, esses exames são indicados em situações em que o   paciente necessita do diagnóstico diferencial entre os tipos causadores da infecção e em pacientes com maior risco de complicações, como crianças, idosos e em pacientes com sistema imunológico debilitado.


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Prevenção 

Segundo o coordenador médico do São Marcos, as doenças respiratórias costumam aumentar em períodos mais frios porque as pessoas tendem a ficar aglomeradas e confinadas em ambientes com pouca ou nenhuma ventilação, facilitando a transmissão dos vírus respiratórios. “Outra fonte de infecção por estes agentes são as mãos, que podem ser contaminadas a partir do contato com superfícies contendo vírus”, observa.

 Embora pareçam corriqueiras, essas doenças podem evoluir, rapidamente, para complicações graves, levando a hospitalizações e a óbito. Um simples resfriado, por exemplo, pode se transformar em uma pneumonia. Para evitar que isso aconteça, os pacientes, especialmente crianças e idosos, devem se proteger pelo meio mais eficaz, acessível a todos: a vacinação. “A imunização reduz a disseminação do vírus e diminui os casos mais graves da doença. Há vacinas para a cobertura de infecções bacterianas, contra a gripe (Influenza), contra a covid-19, além da imunização contra a infecção por bactérias que podem causar pneumonia, como as antipneumocócicas”, esclarece o médico.

O especialista recomenda ainda outras medidas preventivas. “É importante sempre manter os ambientes ventilados e proceder à higienização frequente das mãos, através da lavagem com água e sabão ou com o uso de álcool em gel”, orienta. Ele destaca importância do uso de máscaras, que permanece obrigatório nos estabelecimentos e serviços de saúde. Já no transporte coletivo, nas estações de embarque e desembarque, no transporte escolar, em táxis e carros de aplicativo, e em locais fechados onde há grande aglomeração, o uso de máscaras continua sendo recomendado. “A não obrigatoriedade em locais com aglomeração favorece a disseminação das infecções respiratórias, principalmente, gripe e covid-19”, afirma Márcio Nunes.

O médico afirma que a proteção é de suma importância especialmente em pessoas com comorbidades, em idosos e não vacinados contra a covid-19, além daqueles com sintomas característicos de doenças respiratórias.

 

 

 

 



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