Um estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) apontou que o risco de morrer no trânsito da Capital paulista é 17 vezes maior para os motociclistas do que para condutores de automóvel. O número de mortes em acidentes de trânsito envolvendo esse grupo aumentou 263,5% na última década.

O tema será abordado de forma ampla no 11º Congresso Brasileiro Sobre Acidentes e Medicina de Tráfego, que será realizado entre os dias 10 e 12 de setembro, em Gramado. Para o presidente da Associação Brasileira Medicina de Tráfego (Abramet), Dr. José Heverardo da Costa Montal, “o termo acidente não é apropriado para definir os desastres no trânsito. Têm causas bem definidas pela Medicina de Tráfego”, ressalta.

O índice de mortalidade de motociclistas, no Brasil, é de 5,49 mortos por 10 mil veículos, número acima do dobro do índice de mortalidade entre ocupantes de automóveis (1,97). Em 2012, foram registradas mais de 16,2 mil mortes de motociclistas, muito além das 3,1 vítimas em 2001.

Fatores como a dificuldade dos motociclistas em serem vistos na via por outros condutores, o comportamento arriscado e a forma de conduzir a moto (excesso de velocidade e ultrapassagens arriscadas) interferem decisivamente nesse índice.

Em relação a lesões, em geral elas afetam os membros inferiores e superiores, mas as mais graves são na cabeça. Por volta de 20% das vítimas atendidas precisam ser internadas. Dos pacientes que morrem durante a hospitalização, a cabeça é a região mais atingida, seguida por acidentados com múltiplas lesões.

Em relação aos ciclistas, que são ainda mais vulneráveis, os traumas superficiais são mais frequentes e se caracterizam por abrasões, contusões e lacerações. O traumatismo craniano é o responsável maior por mortalidade ou invalidez.