Nos dias 12 e 13 de julho o hospital Moinhos de Vento promove o VIII Simpósio de Anestesia: Como Melhorar os Resultados?. O evento, a ser realizado no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, é direcionado a anestesiologistas, enfermeiros, cirurgiões, intensivistas, médicos clínicos, farmacêuticos e residentes.

Um dos destaques do evento é o Dr. Enis Donizzeti Silva, Diretor Cientifico da Sociedade Paulista Anestesiologia, Coordenador de Anestesiologia do Hospital Sírio Libanês e responsável pelo Programa de Residência Médica em Anestesiologia do Hospital Sírio Libanês.

Em entrevista para o Portal Setor Saúde, o especialista explicou qual será a linha das duas apresentações que serão feitas na ocasião: A Qualidade e a Segurança no Hospital: Qual a Mensagem para a Sociedade? (12/7, 20h) e Como Melhorar Resultados Organizando a Atividade da Anestesia (13/7, 8h30).

A Qualidade e a Segurança no Hospital: Qual a Mensagem para a Sociedade?

Dr. Enis Donizzeti Silva – Em primeiro lugar, a segurança deve ser encarada como algo central da instituição, não apenas de um departamento específico. Não pode delegar a um setor ou um gestor, todos têm essa responsabilidade. É um principio organizacional. Muitas coisas decorrem de maneira positiva através disso, é tão importante que reflete na finanças. Uma dificuldade nacional é que as instituições não têm sistema de Tecnologia da Informação (TI). Esse processo eletrônico é mais rápido de coletar dados de forma fidedigna, fica tudo mais amarrado. Quando se compila e cria um bando de dados à mão, leva muito tempo. Em síntese, quando existem dados, é possível conversar melhor com a sociedade. Parte da responsabilidade na segurança também é do doente, do acompanhante, dos pais. Eles entram na cadeia.

Como Melhorar Resultados Organizando a Atividade da Anestesia

Dr. Enis Donizzeti Silva – Vamos falar da anestesia no mundo moderno, não como foi criada, há uns 200 anos. Ela possuía uma visão isolada da técnica. Hoje, está presente no hospital em vários setores. Tem a dor, a emergência, o derrame. A presença do anestesista e a ação é fundamental. Sai do cenário técnico e vai crescer no conhecimento e na informação. Tem outro grande problema, o déficit na formação do anestesista. Boa parte das faculdades formam bons médicos, mas um anestesista razoável. Melhorar o desempenho passa por rever o que somos e o que fazemos. Não é só entubar o paciente, achar a veia e dar alta. Para o investimento que se tem para formar um residente, que vai na ordem de 2 milhões, é muito pouco.

Por fim, Dr. Enis Donizzeti Silva destaca a importância de buscar uma aproximação entre a linguagem médica e a realidade da população. “Dados coletados na Austrália e na Europa revelam que a população percebe quando um local é inseguro. O paciente só vai àquele hospital se não há alternativa. Achar que no mundo globalizado é possível enganar as pessoas é um ledo engano. Se pensar assim, será engolido pela realidade. Para conversar com a sociedade, tem que estar muito bem preparado, orientado, tem que ter diálogo claro. Não dá pra falar coisas muito difíceis, a gente (médicos) se esconde atrás disso”.

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