Tecnologia e Inovação | 30 de agosto de 2012

Médico gaúcho participa de estudo sobre medicação para artrite reumatoide

Medicamento ainda está em fase de avaliação nos órgãos internacionais
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Uma nova medicação oral – Tofacitinibe – para o tratamento da artrite reumatoide está em fase de aprovação por agências reguladoras internacionais, revelando tanto benefícios significativos quanto alguns importantes efeitos colaterais. O médico e pesquisador gaúcho, Dr. Claiton Brenol, gestor do Serviço de Reumatologia do Hospital Mãe de Deus (HMD) e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), colaborou em diversos estudos do medicamento, incluindo um dos que foram publicados no New England e que foi realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Segundo o pesquisador, embora a eficácia do medicamento seja promissora, a maior preocupação com relação ao Tofacitinibe diz respeito à segurança dos pacientes. “Se a medicação for aprovada pelos órgãos reguladores internacionais, significa que a margem de segurança está de acordo com o que é aceitável para as medicações sintéticas ou biológicas em uso atualmente”. A medicação foi testada em 45 países em uma amostra de 4.800 pessoas, revelando resultados promissores, segundo a Pfizer, empresa que detém a sua patente.

Em maio deste ano, o medicamento recebeu recomendação para aprovação com previsão para o final de agosto de 2012 do órgão regulador americano, Food and Drug Administration (FDA). Porém, o FDA solicitou um prazo maior para avaliar a droga. Em 2011, o órgão regulador europeu, European Medicines Agency (EMA), também aceitou avaliar os estudos a respeito, sem que ainda tenha uma posição final. A medicação ainda não foi submetida para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Além disso, dois estudos recentes com a droga foram publicados na revista The New England Journal of Medicine, uma das mais renomadas na área médica. Ambos de fase III, com humanos, verificaram que mais de 50% dos pacientes tratados com o Tofacitinibe melhoraram os sintomas.

Embora em torno de três em cada 100 pacientes revelaram efeitos colaterais – considerado um número aceitável – alguns desses efeitos foram graves, tais como sérias infecções respiratórias, aumento do colesterol e redução na contagem dos neutrófilos (responsáveis pela imunidade do organismo).

“O ingresso de uma nova medicação no mercado poderá ser importante, pois oferecerá aos pacientes mais uma alternativa de tratamento. Além da segurança, as avaliações com relação ao potencial de diminuir o dano articular também serão importantes para definir se a droga será indicada antes ou após o uso de terapia biológica, com a qual os reumatologistas já possuem experiência de mais de dez anos.”, explicou Dr. Brenol.

Sendo aprovada, ao ingressar no mercado, a medicação poderá ser utilizada para casos selecionados em que a terapia convencional não surtiu efeitos ou deixou de apresentar resultados após um período de uso. “Em torno de um terço dos pacientes com artrite reumatoide não respondem ou deixam de responder à terapia convencional”, concluiu o especialista.

 

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