A regulação de preços é uma medida negativa segundo o economista e ex-Ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega. Em palestra realizada no dia 17, promovida pela Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED), na Feira Hospitalar, a proposta do governo de instituir uma regulação de preços no segmento de OPME (órteses, próteses e materiais especiais) não é a solução mais indicada para enfrentar a denominada “máfia das próteses”.

A perda da capacidade de inovação e até mesmo o aumento dos custos foram sentidos por países que trilharam o caminho do controle. No Japão e na França esta proposta trouxe resultados desfavoráveis para os pacientes e a economia. Estados Unidos e Alemanha foram citados como países que demonstraram alternativas mais equilibradas. O livre mercado é uma caracteristica dos EUA, enquanto na Alemanha foi definido o sistema de copagamento. “Reduzir assimetrias de informação e monitorar os pagamentos aos médicos favorecem a transparência, algo a ser considerado para impedir fraudes em OPME”, defendeu o economista.

Ideias ideológicas que pregam o controle por parte do estado, na visão de Mailson da Nóbrega, tendem a ter menos espaço a partir do novo governo que assumiu após a saída de Dilma. “A caneta agora mudou de mão. Deixaremos de ver uma mentalidade ideológica, e mais de mercado. Não é ter nenhuma regulação, mas sim uma regulação inteligente”, defendeu.

A economia brasileira, na visão de Mailson da Nóbrega, pode dar sinais de recuperação, e é possível ter esperança. “O Brasil pode dar uma virada, como já aconteceu em outras épocas, pois possui conquistas importantes, como instituições sólidas e base industrial complexa e diversificada”.

Conforme o economista, hoje se sabe claramente quais são os ajustes e as reformas necessárias, o que também cria um ambiente favorável para angariar talentos interessados em liderar o caminho das mudanças. Mailson da Nóbrega defende investimentos em educação e no aumento da produtividade do trabalhador brasileiro para que se consiga entregar no futuro, um nível mais elevado de bem estar para a população brasileira.