Maconha medicinal volta a ser debatida no exterior
Paciente pede o medicamento alternativo para amenizar sintomas da quimioterapiaPor outro lado, o médico das escolas de medicina da Universidade da Flórida e da Universidade de Georgetown, Robert DuPont, acredita que na planta cannabis há centenas de compostos farmacológicos ativos, a maioria ainda não descrita. Segundo ele, cada quantidade de maconha é de origem incerta e de potencial variável. Além disso, DuPont também destaca que é necessário considerar os efeitos colaterais na memória. Opinião que é compartilhada pelo professor de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ronaldo Laranjeira, que é contrário ao uso da maconha terapêutica, já que a fumaça inalada possui 400 substâncias e os efeitos positivos não são comprovados.
Nos Estados Unidos uma menina de sete anos, moradora do estado americano do Oregon, afirma ter tido evolução na inibição de problemas causados pela quimioterapia. A criança tinha dificuldades para comer e dormir, mas depois do uso medicinal da erva relatou melhora nestes sintomas. Apesar do uso terapêutico ser permitido em 18 estados americanos, os especialistas ainda divergem sobre os benefícios. Um exemplo da controvérsia foi o pedido de fechamento de uma loja que vendia estes produtos, na cidade de Oakland, na Califórnia, onde a venda é permitida. A justiça negou o pedido e a loja foi mantida aberta e vendendo o produto. No Brasil, conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o princípio ativo nabilona pode ser vendido em território nacional. Já o dronabinol, um composto derivado da cannabis, é considerado uma droga de efeito psicotrópico e tem comercialização permitida somente com receita especial.