Política | 31 de agosto de 2018

Lideranças da saúde do RS apresentam reivindicações a Jair Bolsonaro

Candidato a presidente esteve na Santa Casa na quinta-feira (30)
Lideranças da saúde do RS apresentam reivindicações a Jair Bolsonaro

O candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro, esteve na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, na quinta-feira (30), onde foram apresentadas as principais reivindicações da área da saúde por lideranças hospitalares e médicas do Rio Grande do Sul. A atividade foi promovida conjuntamente pela Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (FEHOSUL); Federação das Santas Casas; Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS (Sindiberf) e Associação dos Hospitais do RS (AHRGS). Na terça-feira (28), evento similar foi realizado com o candidato Geraldo Alckmin.

O diretor geral da Santa Casa, Julio Dornelles de Matos, relatou a Jair Bolsonaro as dificuldades econômicas enfrentadas pela Santa Casa. Matos ressaltou que o próximo presidente do Brasil precisará dar atenção às questões da saúde, balizadas em três eixos: custeio; endividamento; e condições de investimento “para atender cerca de 150 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS”, afirmou.

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Dr. Julio Dornelles de Matos, diretor geral da Santa Casa

 

A reconstrução do sistema de saúde brasileiro foi clamada pelo presidente da FEHOSUL e da Associação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (AHRGS), Dr. Cláudio Allgayer, ao candidato à Presidência. De acordo com Allgayer, “é um completo absurdo termos dois sistemas de saúde, o Sistema Único de Saúde e o Sistema de Saúde Suplementar, que não estão interligados. Nós propomos a criação do sistema nacional de saúde, integrando estas duas grandes vertentes, que em conjunto atende todos os 209 milhões de brasileiros”, enfatizou.

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Jair Bolsonaro e Dr. Claudio Allgayer

 

Allgayer entregou a Bolsonaro um documento elaborado pela FEHOSUL. “Este documento tem como tema ‘Reconstruindo o Sistema de Saúde Brasileiro’, que possui, não por acaso, dezessete pontos estratégicos”, disse. Ao receber o documento, Jair Bolsonaro agradeceu e convidou, de maneira bem humorada, o presidente da FEHOSUL a ser Ministro da Saúde e acrescentou: “Você será meu posto Ipiranga”, brincou.

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Jair Bolsonaro e Dr. Claudio Allgayer

 

O presidente do Sindicato Médico do RS (Simers), Paulo de Argollo Mendes, utilizou o mesmo tom com que relatou a Geraldo Alckmin, na terça-feira, para criticar o sistema de educação superior de Medicina do Brasil. Argollo comparou o número elevado de estudantes de Medicina no país, superior aos países mais desenvolvidos, mas com qualidade inferior. “É um absoluto despropósito”, frisou. Argollo ponderou a necessidade de melhorar a qualidade da saúde brasileira e respeitar a carreira médica dos profissionais brasileiros, criticando o Programa Mais Médicos.

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Paulo de Argollo Mendes, presidente do Simers

 

Jair Bolsonaro agradeceu oportunidade de se reunir com lideranças do segmento para falar sobre saúde que, de acordo com o candidato, é a grande preocupação da sociedade brasileira, ao lado de segurança.  Segundo o candidato, a falta de recursos para a área da saúde precisa ser solucionada, e Bolsonaro defende que “o problema está em Brasília”, com o loteamento político de cargos dos mais diversos segmentos. O candidato defendeu que sejam feitas escolhas técnicas para todas as áreas, para que o Governo Federal possa oferecer melhores resultados à sociedade.

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O candidato saudou a aprovação da popularmente conhecida “PEC do Teto dos Gastos”, com a justificativa da necessidade de maior controle dos gastos públicos. O Programa Mais Médicos foi criticado por Bolsonaro,  assim como a excessiva judicialização do atendimento médico. O candidato à presidência da República também apontou que devem ser enfatizadas políticas de prevenção na área da saúde, reduzindo assim custos desnecessários.

O deputado federal Onyx Lorenzoni – apresentado por Bolsonaro como ‘ o futuro Chefe da Casa Civil’ – acrescentou que, caso Jair Bolsonaro seja eleito, será exigido que os médicos do Estado cumpram “tudo o que for necessário”. Lorenzoni também frisou a necessidade de informatização completa dos prontuários médicos, gerando métricas adequadas para o setor. Ao criticar a excessiva intervenção do Estado, o deputado federal afirmou que Jair Bolsonaro fará “o Governo recuar e a sociedade avançar”. O encerramento do evento ficou por conta do Provedor da Instituição anfitriã, desembargador Alfredo Guilherme Englert.

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Alfredo Guilherme Englert e Jair Bolsonaro

 

As entidades promotoras negociam com as equipes dos demais candidatos à Presidência da República para promover novos encontros, em datas a serem informadas nos próximos dias.

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