Estatísticas e Análises | 5 de dezembro de 2013

Leucemias crônicas: a revolução nos prognósticos

Até 95% dos pacientes com Leucemia Mieloide Crônica podem ser tratados de forma eficaz
Leucemias crônicas- a revolução nos prognósticos

O tratamento da Leucemia Mieloide Crônica (LMC), uma doença que representa entre 15% e 20% das leucemias adultas, vem apresentando evoluções. O uso de anticorpos monoclonais mudou, desde o final dos anos 1990, os prognósticos e hoje até 95% dos casos podem ser tratados.

A LMC afeta mais homens que mulheres, especialmente após os 50 anos. Levando em consideração apenas o ano de 2012, o Brasil registrou 4.570 novos casos de leucemia em homens e 3.900 em mulheres, sendo 15% incidências de LMC.

Câncer de evolução lenta, a sua detecção  ocorre com o hemograma, cabendo ao mielograma a confirmação  diagnóstica. Células afetadas pelo efeito da LMC são submetidas a translocação de material genético entre dois cromossomos, que formam um gene específico identificado como cromossomo Filadélfia.

“Este cromossomo é o tipo de alteração que pode confirmar o diagnóstico, mas também serve para confirmar a eficácia dos tratamentos”, comentou o professor Philippe Rousselot, ao jornal francês Le Figaro. A doença desenvolve-se em três fases, definidas pela taxa de células imaturas no sangue. Em alguns casos, o tratamento inicial retarda a atividade de transbordamento da medula óssea. O objetivo é prevenir a progressão para a fase acelerada, onde as células anormais podem chegar a 30%.

O perigo da evolução da LMC é a quebra na produção de outras células do sangue, plaquetas e glóbulos vermelhos. A fase chamada blástica, quando as células imaturas ultrapassam os 30%, corresponde a uma evolução muito rápida da doença, o que traz risco de morte. As atuais opções de tratamento, contam com o uso de terapia-alvo com anticorpos monoclonais e, prioritariamente, o Imatinibe continua a ser um dos medicamentos mais escolhidos. Outro fármaco bastante utilizado é o Dasatinibe.

Estes tratamentos podem ser por via oral e os pacientes devem ser monitorados durante vários anos ou até pela vida inteira. A maioria das complicações posteriores está relacionada com a falta de cuidado, devido ao longo período de tratamento.

No dia 28 de novembro, foi lançado mundialmente o LeukemiaNET 2013, um conjunto de diretrizes e recomendações para o monitoramento e tratamento da LMC feito por especialistas europeus. O número de pessoas tratadas com Dasatinibe e Imatinibe no Brasil aumentou 10 vezes em três anos, o que gera uma preocupação com o aumento nos custos, já que um paciente pode equivaler a R$ 5 mil por mês.

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