Gestão e Qualidade | 18 de abril de 2013

Manual de Gestão Hospitalar é lançado em Porto Alegre

Na sede da Fehosul, o autor Haino Burmester apresentou sua nova obra
Lancado em Porto Alegre o livro Manual de Gestao Hospitalar

A FEHOSUL recebeu, no final da tarde desta quarta-feira, 17, o médico e administrador Haino Burmester, fundador do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH). Antes da sessão de autógrafos do seu livro Manual de Gestão Hospitalar, o professor do Departamento de Administração e Recursos Humanos da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas e coordenador de Recursos Humanos da Secretaria Estadual de Saúde (SP) fez uma palestra sobre os temas abordados no livro.

Logo no início, dr. Burmester apontou os pontos que considera fundamentais para o sucesso de uma organização. “A qualidade tem que vir como consequência de duas coisas básicas: um modelo de gestão e um modelo assistencial. O assistencial é aquilo que os hospitais dominam mais. O que nós trazemos à discussão é a importância do modelo gerencial. Do equilíbrio desses modelos deve vir a qualidade nas organizações”.

De acordo com o professor paulista, a visão de gestão estratégica, pensada a médio e longo prazo, deve priorizar oito pilares fundamentais: liderança; planejamento estratégico; relação com os clientes; relação com a sociedade; informação e conhecimento; gestão de pessoas; gestão de processos; e resultados.

Liderança

Segundo Haino, a figura de um líder mitificado é algo defasado. Atualmente, o principal é uma ideia mais ampla, baseada em um sistema de liderança forte, formado por vários líderes. “Ações que deram resultado nos séculos XIX e XX não são mais apropriadas. Colocamos ênfase em conceitos mais coletivos. Não é necessário o carisma, o fascínio. As organizações precisam de um conjunto de conceitos que identifique a instituição, que estejam presentes nas 24 horas. Em liderança, é preciso consenso”. A ideia principal é de que hoje, a presença do líder carismático, como figura de “herói” é mais apropriada em momentos de crise ou transição, mas para alcançar a estabilidade e crescer de forma sustentável é necessário outro sistema de liderança.

Planejamento Estratégico

Para o palestrante “estratégia é o ajustamento da organização ao seu ambiente”, aduzindo que “hoje o conceito ampliou-se de planejamento para gestão estratégica, ressaltando-se no processo o sistema de medição que exige graus crescentes de maturidade institucional”.

Relação com a sociedade

Estar inserido na realidade da sociedade é um requisito básico para a boa gestão. “As organizações não estão num vácuo social, mas num contexto”, enfatizou. “Hoje, se fala no tripé econômico-social-ambiental. É como se estabelece a relação. Os administradores são promotores do desenvolvimento, mas devem ter preocupação com questões como lixo hospitalar, impacto ambiental, gasto com energia elétrica”, acrescentou.

Gestão de Pessoas

A gestão de pessoas é fundamental para as organizações assistenciais, segundo o professor. “As relações são feitas com pessoas. Todos têm acesso às mesmas coisas, compram as mesmas coisas. O que muda é quem está lá dentro”.

Considerando a política de “erro zero” uma prática nem sempre funcional, dr. Burmester ressalta que um bom profissional é passível de equívoco, e a punição pode acarretar uma cultura de acobertamento dos erros cometidos. “Se há demissão, qual a mensagem que se passa? Se errar, esconda. Se acontecer, precisa-se identificar, analisar, não se pode esconder debaixo do tapete. Só não comete erro quem não faz nada, e mesmo assim não fazer nada é um erro”, descontraiu.

Informação e Conhecimento

Uma boa gestão das informações leva o gestor a conhecer a sua organização, mas segundo Haino Burmester, não pode ser resumida a ter sofisticados recursos de tecnologia. “Estamos contaminados pela informática, mas informação não é só software e hardware, mas sim o que se faz com ela. E completou, “ o gestor que não compara suas informações, não está fazendo gestão, tem que comparar com dados de outro hospital, ir a congressos, eventos”.

Gestão de Processos

“A gestão de processos é o que diferencia os hospitais das outras instituições. Exige uma visão sistêmica, é um conjunto de ações que se expandem entre outras áreas. Os processos de atendimento ao paciente são diferentes dos processos de atendimento a um hóspede ou de processo para produção de uma peça”.

Resultados

Por fim, o palestrante ressaltou a importância de se manter o foco na busca por resultados. “Todo gestor tem que se preocupar com isso, partindo de cinco premissas que englobam os principais interessados: os donos da organização (cotistas, sócios, acionistas, etc); as pessoas que trabalham; os clientes; os fornecedores; e a sociedade. Hospital é referência na comunidade, ninguém é indiferente. Essa é uma força que precisa ser usada”, concluiu.

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