Mundo | 31 de março de 2017

Inglaterra estuda deixar de prescrever vários tipos de tratamentos

Objetivo é economizar 128 milhões de libras por ano
Inglaterra deixará de prescrever vários tipos de tratamentos

O Sistema Nacional de Saúde da Inglaterra (National Health System ou NHS, em inglês), pretende parar de prescrever e fornecer vacinas para viagens, alimentos sem glúten e algumas drogas que podem ser compradas em farmácias livremente. A iniciativa é uma tentativa para resgatar as “finanças doente” do modelo de saúde que se tornou referência para inúmeros países, inclusive para o Brasil.

Simon Stevens, executivo-chefe do NHS Inglaterra, anunciou as mudanças em uma entrevista ao jornal Daily Mail, no dia 30 de março, em que ele detalhou novos esforços para obter melhor uso do dinheiro, principalmente em promissoras terapias que foram recentemente desenvolvidas.

Os médicos serão orientados a não mais prescrever certos medicamentos, como os para enjoos de estômago e hemorroidas. “Temos de lidar com alguns dos resíduos [de desperdício] que ainda estão no sistema. O NHS é um serviço de saúde muito eficiente, mas como todo serviço de saúde de cada país há ineficiência e desperdício”, disse Stevens.

Simon Stevens, executivo-chefe do NHS Inglaterra,

Simon Stevens, executivo-chefe do NHS Inglaterra

 

“Há 114 milhões de libras sendo gastos em remédios para dores de barriga, hemorroidas, indigestão, e isso sem falar nos 22 milhões de libras gastos em receitas para alimentos sem glúten que podem ser comprados em supermercados. Parte do que estamos tentando fazer é garantir que poderemos gastar dinheiro em drogas novas e inovadoras, e não desperdiçar estes valores com esses tipos de itens”. Na Inglaterra, o NHS possui um programa de incentivo – tipo coparticipação – que permite descontos ou acesso gratuito a alimentos sem glúten desde que sejam prescritos por um médico.

No próximo mês, a Inglaterra começará a revisar 10 itens que são considerados “ineficazes, desnecessários e impróprios para a prescrição no NHS, ou ainda, que sejam inseguros”, que juntos custam 128 milhões de libras por ano.

Estão incluídos óleos de peixe e de ômega 3; o analgésico fentanil; lidocaína; o medicamento usado para tratar a pressão arterial elevada chamada doxazosina; tadalafil, que é usado para tratar a disfunção erétil, juntamente com alimentos sem glúten e vacinas para pessoas que irão viajar para fora do país.

Muitos outros medicamentos comuns podem ser adicionados em breve à “lista de proibidos”. A NHS emitiu um comunicado em que diz  “à luz dos desafios financeiros enfrentados pelo NHS, trabalhos futuros avaliarão outros medicamentos que são de valor clínico relativamente baixo ou que estão facilmente disponíveis nas farmácias e, em alguns casos, a um custo muito menor, como tratamentos para tosse e resfriados, anti-histamínicos, indigestão e medicação de azia e até mesmo protetores solares “.

Veja a lista e os custos para o NHS:

Liothyronine, usado para tireóide  £ 30.9m

Alimentos sem glúten £ 21.9m

Emplastos de lidocaína, £ 17.6m

Tadalafil, para disfunção eréctil £ 10.5m

Fentanil, utilizado em doentes terminais, incluindo aqueles com câncer £ 10.1m

Co-proxamol, analgésico, £ 8,3 m

Vacinas de viagem, £ 9.5m

Doxazosina, para pressão arterial elevada, £ 7,1 m

Pomadas £ 6.4m

Ômega 3 e óleos de peixe £ 5,7m

O NHS também estuda incluir na lista:

Remédios para Rinite Alérgica £ 37m

Remédios para Indigestão / azia £ 27m

Protetor solar £ 1.4m

Remédios contra o resfriado e tosse £ 1.2m

 

VEJA TAMBÉM