Mundo | 24 de fevereiro de 2014

Imunoterapia pode curar leucemia em 88% dos casos

Estudo na revista Science Translational Medicine indica caminho promissor no tratamento da doença
imunoterapia

Pesquisa publicada  na revista Science Translational Medicine traz notícias animadoras aos portadores de leucemia. A imunoterapia, que usa o próprio sistema imunológico para matar as células cancerígenas, mostrou resultados positivos em 88% dos casos de adultos submetidos ao procedimento.

Descrita no relatório como uma “droga vivente”, a imunoterapia foi considerado pela Science como o maior avanço de 2013. O teste mais recente contou com 16 pessoas com leucemia linfoblástica aguda (LLA) que, embora seja um dos tipos de câncer mais tratáveis, os pacientes costumam se tornar resistentes à quimioterapia e sofrem recaídas.

Em dezembro passado, especialistas de diversos centros norte-americanos apresentaram descobertas no encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia. Os centros de pesquisa envolvidos conseguiram altas taxas de remissão em seus estudos, “demonstrando que isto não é um acaso, é um fenômeno real”, destacou o dr. Renier Brentjens, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, autor da pesquisa publicada na revista. Ele afirma que a descoberta pode significar uma “reviravolta paradigmática na forma como nos aproximamos do tratamento do câncer”.

O processo requer a remoção de células T dos pacientes, alterando-as com um gel para que reconheçam uma proteína (chamada CD19) nas células cancerígenas para atacá-las. “Basicamente o que fazemos é reeducar as células T no laboratório, com terapia genética, para reconhecer e matar células com tumores”, destacou Brentjens.

A idade média dos pacientes era de 50 anos e todos tinham elevadas chances de morte quando iniciaram o teste, pois a doença havia retornado ou a quimioterapia não mostrava mais eficácia. Cerca de 88% dos pacientes tiveram uma remissão completa, depois que suas células T foram modificadas para se concentrar na erradicação do câncer.

A terapia ainda é cara (US$ 100 mil dólares por pessoa), mas especialistas acreditam que o preço diminuirá a partir do momento que empresas farmacêuticas se envolvam mais e a técnica se expanda.

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