Para os próximos 20 anos, o IBGE estima que o número de idosos brasileiros será três vezes maior do que atualmente. A população acima de 60 anos, que cresce acima da média de países desenvolvidos, deverá gerar um grande impacto no sistema de saúde.

Dados do IBGE mostram que hoje existem 22,9 milhões de idosos no Brasil (11,34% da população). Em 2034, a projeção é que eles sejam 88,6 milhões (39,2%). Da mesma forma, a expectativa média de vida do deverá passar de 75 para 81 anos.

Nos últimos 20 anos, o número de idosos vivendo sozinhos mais que triplicou, passando de 1,1 milhão (1992) para 3,7 milhões (2012). No mesmo período, a população acima de 60 anos passou de 11,4 milhões para 24,8 milhões, um crescimento de 117%.

Programas de atenção à saúde de pessoas idosas já existem nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), mas atendem a poucos pacientes e nem sempre têm continuidade. Não há, também, uma coordenação efetiva dessas ações ou política intersetorial.

Para se preparar para a nova realidade, o Brasil precisará readequar o modelo de atenção, que ainda foca em quadros agudos e na área materno-infantil. Entre pontos debatidos está o cuidado como moradias assistidas ou centros onde os idosos possam ficar enquanto o familiar trabalha, que não está definido se é responsabilidade do setor saúde ou da assistência social. Universidades devem formar mais profissionais especializados no cuidado de idosos, bem como os sistemas de saúde público e privado precisam capacitar os que já estão no mercado de trabalho.

Uma pesquisa da USP revelou que os idosos de São Paulo estão vivendo mais, mas em piores condições. Projeções apontam para a possibilidade de aumentar a sobrevida em seis anos para casos de hipertensão e diabetes, que atualmente não recebem a atenção necessária.