Geral, Tecnologia e Inovação | 13 de março de 2015

Hospital Moinhos de Vento previne declínio causado por doenças cerebrais

Instituição destaca a importância de diagnósticos precisos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes
Hospital Moinhos de Vento previne declínio causado por doenças cerebrais

Depressão, Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e outras alterações cerebrais podem ser tratadas através de diagnósticos mais precisos que melhoram fundamentalmente a qualidade de vida de pacientes e familiares. No Centro da Memória do Serviço Médico de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, os protocolos utilizados avaliam as alterações cognitivas nos seus diversos graus de comprometimento.

Para casos de demência avançada, por exemplo, a equipe do Centro da Memória procede a aplicação de uma bateria especial de testes, a “Short Battery for Severe Impairment – SIB-8”, que é um instrumento que auxilia na avaliação e na mensuração do grau de comprometimento para casos de demência avançada de forma a permitir um melhor acompanhamento e intervenções mais precisas.

“O nosso diferencial em termos clínicos é o estudo detalhado das funções cognitivas do paciente, permitindo que o tratamento, incluindo o Treino Cognitivo e a Orientação para Familiares e Cuidadores, seja individualizado. Isso tem como consequência uma melhora na qualidade de vida do paciente e de seus familiares uma vez que o declínio cognitivo afeta a todos”, explica a coordenadora do Centro, neurologista Jeanette Inglez de Souza Farina.

Nos pacientes ativos, com boas capacidades globais (Transtorno Cognitivo Leve) e que percebem que a memória começa a falhar, é realizada uma avaliação neuropsicológica mais ampla, com aplicação também de testes de personalidade e escalas específicas para auxiliar no diagnóstico subjacente.

Depressão e estresse crônico podem, por si só, causar declínio cognitivo que é, nessas situações, reversível. Por isso a importância de avaliações detalhadas no sentido de diagnostico diferencial. Podem, ainda, ocorrer distúrbios de sono, uso inadequado de bebidas alcoólicas, e outros fatores causais, associados ou isolados. “São utilizados Questionários e Escalas padronizadas internacionalmente que avaliam essas situações. Este teste é fundamental para o tratamento clínico e medicamentoso, assim como para as intervenções não medicamentosas”, explica a neurologista.

Para evitar o declínio cognitivo, recomenda-se a prática de atividade física regular, alimentação saudável e dormir bem. Estudos apontam que a alta escolaridade também pode ajudar. Pessoas analfabetas ou de baixa escolaridade tem uma chance maior de desenvolver demência. Exames podem ser feitos como forma de prevenção durante o check-up. “Temos pacientes ativos que desejam saber o tempo útil da memória, como forma de se preparar para o futuro. A partir do diagnóstico, estratégias para pequenas dificuldades que ocorrem no dia a dia podem ser desenvolvidas. Não podemos impedir o aparecimento da Doença de Alzheimer, mas podemos prevenir o declínio cognitivo associado a fatores vasculares e metabólico-hormonais, por exemplo”, diz Jeanette.

Alguns quadros clínicos de capacidades cognitivas são mais prevalentes conforme a faixa etária. Na infância e adolescência são o Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH), de aprendizado escolar e quadros psiquiátricos com dificuldade neste período. Já nos jovens são o uso de álcool e drogas com comprometimento cognitivo e emocional, TDAH, declínio cognitivo pós-traumatismo crânioencefálico e transtorno de humor. Nos idosos, declínio cognitivo vascular, doença de Alzheimer, demências frontotemporais, transtorno cognitivo leve associado a depressão ou outros fatores causais.

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